A trajetória da serra-talhadense que foi mãe aos 17 anos e fez históriaFotos: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 06h08 deste domingo (13)

No Sítio Lagoa do Arroz, na zona rural de Serra Talhada, Daiany Carla Gomes de Farias vivia entre brincadeiras e sonhos. Infelizmente, no Sítio não havia escola, e Dona Francisca, avó paterna, agricultora, incentivadora e dedicada, tomou a iniciativa de acompanhar os netos para Serra Talhada em busca do futuro dos netos, Daiany e Diego. Apesar disso, todos os finais de semana, o retorno para o Sítio era garantido. A menina cresceu vendo a avó fiar a linha à mão para fazer belas e enormes redes e lençóis no tear, por encomenda e para vender na feira. A jovem admirava o trabalho da avó, que a inspirou a vender redes, lençóis e tapetes. Aos 13 anos, Daiany Carla já vendia panos de pratos para os vizinhos. 

Daiany contou para o Farol que lembrar da adolescência dá um pouco de terror, principalmente durante a gestação do filho. A jovem que casou aos 15 anos, e aos 17 já era mãe, com diversas responsabilidades e necessidades que a falta de dinheiro causa na vida de um ser humano. Começaram as turbulências da vida e, lamentavelmente, os problemas a fizeram desistir dos estudos. Com a barriga crescendo a cada dia, o amor e a preocupação que só quem é mãe entende, a luta para comprar o enxoval do filho era registrada em cada venda de panos de prato entregue de porta a porta durante a semana em Serra Talhada, e aos sábados em São José do Belmonte, com a  venda de verduras na feira. Posteriormente, quando o filho completou três anos de idade, o casamento chegou ao fim.

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Com a separação, Daiany Carla passou a morar na casa dos pais durante seis meses. Adiante, as vendas retornaram e, de porta a porta, vendia suas mercadorias em Serra Talhada. Em primeiro lugar, o desafio era juntar o dinheiro para o seu primeiro aluguel como mãe solteira e ter a sua independência, para garantir o sustento do filho; para isso, não recusava trabalho. Conseguiu uma vaga de serviços gerais, e aos 20 anos tomou a iniciativa de retornar aos estudos concluindo o ensino médio. Posteriormente, ela realizou o sonho da casa própria; e hoje, aos 30 anos, conquistou sua loja que funciona em sua residência no IPSEP. 

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Qual foi a inspiração de Daiany

“Quem me incentivou a ter a minha casa, conquistar as minhas coisas, ter as minhas responsabilidades para criar um filho sozinha, foi a minha avó, que muito cedo ficou viúva e teve que criar os meus tios sozinha. Me espelhei nela. Quando a gente é mãe, quer dar o melhor para o filho. Foi quando eu criei força de vontade e comecei a querer conquistar as minhas coisas. Quando eu me separei do pai dele, eu não tinha para onde ir, fui para a casa dos meus pais. Comecei a vender meu produtos de novo, as minhas redes, os meus lençóis de porta em porta. Comecei a juntar o dinheiro para alugar uma casa. Sem móveis, só com a cama, um guarda roupa, um fogão, e a geladeira, fui para a primeira casa que eu aluguei com a ajuda da minha avó”, disse Daiany, acrescentando:

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“Com pouco tempo comecei a trabalhar com carteira assinada, foi quando comecei a conquistar. Fora isso, eu vendia os meus produtos, rede, lençol, tapete, conjunto de banheiro, de porta a porta. Nesse meio tempo, com um ano de carteira assinada, para não viver de aluguel, a minha tia me repassou uma casa. O dom de vender essas redes e esses lençóis veio de vó. Ela fazia os lençóis e redes no tear. Eu tenho ainda muitos sonhos para realizar, muitas conquistas, não vou desistir de ir adiante. Apesar de depois da pandemia os empregos terem ficado difíceis, nunca deixei de sonhar”. 

Um pouco sobre o trabalho de Daiany

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