Foto: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 10h40 deste domingo (140

Paulo Cavalcante de Souza, conhecido como Paulinho do Mel, é apicultor há 20 anos, tem 55 anos , e reside em Serra Talhada. Tem dois filhos, sendo um homem e uma mulher e avô de quatro netos. A história de Paulinho, mostra sua infância, o amor de pai, a trajetória enquanto músico e a paixão pelo mel, além dos cuidados de Vanda, que foi uma amável madrasta para seus dois filhos. 

Paulinho contou para o Farol de Notícias que viveu sua infância na Mata Grande do interior de Alagoas, e deu detalhes de como foi: “Vivi uma infância de um menino comum, um menino livre, brincalhão, que gostava de estudar. Eu tinha vontade de ter os estudos elevados, porém por minha cidade ser uma cidade pequena, não tinha estrutura, uma faculdade”, declarou.

Ele lembra que abraçou a música quando seu irmão mais velho lhe deu um violão e o ensinou a tocar algumas notas vocais. Aos 12 anos já virou guitarrista de uma pequena banda local que acabara de ser formada. Depois seguiu para a cidade de Santos, em São Paulo, onde estudou música por quase um ano. Quando o irmão dele resolveu sair de São Paulo, ele o acompanhou para Pernambuco, e foi imediatamente contratado pela banda Manari, saindo dela mais tarde. 

A sua história como pai teve início quando uma banda de Águas Belas o contratou. Foi quando conheceu a mãe dos seus dois filhos, que era cantora. Ele tinha dezoito anos de idade na época. Começaram a namorar, e ela engravidou da primeira filha do casal. Indo para Garanhuns, conheceu Assisão, que o contratou como guitarrista, e vieram para Serra Talhada, onde nasceu a primeira filha.  Depois de dez meses nasceu o menino.

Paulinho lembra de cada detalhe em relação aos seus filhos, como data de nascimento, a diferença de meses e dias em relação a diferença de idade deles. Apesar do casamento com a mãe dos seus filhos ter chegado ao fim, ele amou e cuidou das suas crianças. 

“O casamento desandou, não deu certo, mas eu abracei os meus filhos e fiquei com eles. Não foi preciso correr para a justiça para pedir a guarda, nem nada. Na época, eu tinha mais condições financeiras do que ela para ficar com as crianças. Ela simplesmente me entregou as crianças. A partir daí, eu fiquei sendo pai e mãe. Estudaram, o menino virou músico, a menina é professora, formada em pedagogia”, narrou Paulinho.

De toda a sua história, a parte que mais nos emociona é a da convivência com Vanda, a sua segunda esposa, hoje falecida. 

“A minha convivência com Vanda, a gente se conheceu, começou a namorar. Eu já expliquei que tinha sido casado e ia pegar os filhos para cuidar, que eram pequenos, um com dois anos e pouco e o outro com três anos. Ela imediatamente queria que eu fosse pegar as crianças. Mas eu não tinha confiança, convivência com ela. Não sabia que ela era uma pessoa tão adequada para crianças. Eu tinha medo de entregar os meus filhos pelo fato da fama de madrasta ser de uma pessoa má. Que não foi. Depois que os meninos cresceram, que já podiam me falar alguma coisa, se defender se houvesse algum problema, eu resolvi trazer, mas foi ao contrário, os meninos que eram os traquinos, danados, medonhos para trazer problemas para ela. Ela superou tudo isso, conquistou as crianças, as crianças se apegaram mais a ela do que a mãe biológica”, relembrou.

O MEL EM SUA VIDA

Paulo Cavalcante é um dos maiores apicultores de Serra Talhada, vendendo seu mel até para fora do país. Ele detalhou para o Farol de Notícias quando começou sua paixão pelo mel e se tornou apicultor. 

“Eu sempre gostei de mexer com abelhas, para comer o mel, tirando abelha no mato, no miolo do pau, aquela coisa. Eu virei baixista na banda de Assisão. Conheci o guitarrista que é primo de Assisão que me falou que já tinha criado abelhas, numa viagem, de um show que a gente foi fazer. No momento que ele me falou sobre criar abelha, eu fiz um interrogatório a ele maior do mundo! Até hoje eu peço desculpas por tantas perguntas que eu fiz. Procurei um curso através do SENAR. Adquiri seis colmeias, com o dinheiro que me rendiam, aí fui aumentando. Como eu ainda era músico, a música dava para me manter, uma vida simples. Quando eu percebi que já tinha uma quantidade de colméias que dava para eu me manter financeiramente, eu abandonei a música e me dediquei apenas à apicultura, e está sendo muito interessante, muito melhor do que a música, já que eu não era cantor, era apenas músico instrumentista. Eu estou há 20 anos na apicultura, mas dedicado totalmente a apicultura, há aproximadamente 10 anos”, declarou Paulinho.