Do Brasil de Fato

Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul sobre a Cúpula dos Brics, divulgado nesta segunda-feira (07/08), o país informou que convidou diversas nações africanas e da América do Sul para a reunião, além da participação de países que manifestaram interesse em integrar o bloco. No documento, a presença do presidente francês Emmanuel Macron não é mencionada.

Em junho, o jornal francês L’Opinion afirmou que mandatário teria solicitado ao seu homólogo sul-africano Cyril Ramaphosa um convite para presenciar o evento anual dos países do bloco composto pela Rússia, Índia China, Brasil e África do Sul.

A matéria do L’Opinion assegurava que o governo francês não havia recebido nenhuma resposta da África do Sul, nem de aceitação nem de rechaço ao pedido de Macron. O jornal afirmou também que a reação de Ramaphosa ao saber da intenção do francês em participar da cúpula foi de “surpresa”.

Por sua vez, de acordo com o jornal Sputnik News, a chancelaria da África do Sul revelou o convite a 67 países africanos e sul-americanos, sendo que 34 delegações já confirmaram suas presenças.

“Nós temos manifestações formais de interesse de líderes de 23 países em integrar o Brics”, declara o documento, antes de comunicar quais são as nações neste processo: Argélia, Argentina, Bangladesh, Bahrein, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Egito, Etiópia, Honduras, Indonésia, Irã, Cazaquistão, Kuwait, Marrocos, Nigéria, Palestina, Arábia Saudita, Senegal, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Vietnam.

“Vemos este interesse como um reconhecimento da voz do Brics como defensor dos interesses do Sul Global, particularmente da nossa agenda de reforma e inclusão. Como uma parceria, o Brics também opera com base nos princípios de abertura, solidariedade, respeito mútuo e compreensão, bem como uma cooperação mutuamente benéfica que produz benefícios tangíveis”, completa a declaração.

A Cúpula do Brics vai acontecer de 22 a 24 de agosto, em Johanesburgo, na África do Sul. Como resultado da reunião, é esperado que os países integrantes adotem a Declaração de Johanesburgo.

O evento contará com a presença dos líderes da China [Xi Jinping], Índia [Narendra Modi], Brasil [Luiz Inácio Lula da Silva], e o anfitrião da África do Sul [Ramaphosa], sendo a Rússia representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que participará das principais reuniões da cúpula através de videoconferência.

Segundo o comunicado da chancelaria sul-africana, a declaração “refletirá as opiniões dos países do BRICS sobre problemas regionais, globais, financeiros e econômicos”.