Fotos: Arquivo Pessoal cedidas ao Farol de Notícias / Ilustração

Publicado às 05h03 desta segunda-feira (10)

Com uma Serra Talhada que caminha para o incentivo ao audiovisual e às vésperas da chegada de um cinema na cidade, após décadas do fechamento dos saudosos Cine Plaza e Cine Art, o Farol de Notícias buscou amantes das para analisar o 92° Academy Awards e a indicação do documentário brasileiro Democracia em Vertigem que concorre a estatueta de Melhor Filme Internacional de Longa Metragem. Infelizmente, o documentário não levou a estatueta.

O estudante Iam Valdson da Silva Menezes, 19 anos, morador do Ipsep, contou ao Farol que assiste em média dois filme por dia nas férias e já chegou a ver cerca 300 títulos no ano passado.

“Meu interesse por esse mundo de filme e ser cinéfilo surgiu em 2017 com a série Feud, uma série que mostrou os bastidores do filme “What Ever Happened to Baby Jane?” de 1962. Gosto muito de filme dramáticos e ficção científica. Eu vejo bastante filme, nas férias por exemplo vejo no mínimo dois por dia. Ano passado cheguei a ver mais de 300 filmes”, contou o jovem.

O também estudante José Alberto Júnior, 29 anos, não só é um espectador, como também já produziu alguns curtas metragem como ferramenta didática em sala de aula. Ele afirmou que sua paixão pelo cinema surgiu ainda na infância nos anos 1990, quando ia com seu pai alugar as saudosas fitas VHS.

“Nessa época, o filme Matrix me marcou. O interesse aumentou em 2006, quando trabalhei numa vídeo-locadora em São José do Egito, lá pude expandir um pouco os horizontes pro cinema e sair um pouco da caixinha de Hollywood. Foi quando vi Cinema Paradiso, que me marcou até hoje. Não tenho um gênero favorito, vejo de tudo. Em 2019 eu cheguei a ver 273 filmes. Eu tenho priorizado ver filmes dirigidos por mulheres. O último que vi foi O Preço de uma Escolha, é dirigido pela diretora Nancy Savoca e pela atriz e cantora Cher. Fala sobre a história de 3 mulheres em diferentes épocas onde o aborto é o tema comum de três histórias passadas em diferentes ocasiões.

BRASIL NO OSCAR

Dirigido, produzido e roteirizado pela cineasta Petra Costa, o documentário Democracia em Vertigem exibe a ascensão e queda de um grupo político e a polarização do Brasil nos últimos quatro anos. Lançado no dia 19 de junho de 2019 nos Estados Unidos, o longa conta com Joanna Natasegara, Shane Boris, Tiago Pavan também na produção e Moara Passoni, Carol Pires, David Barker no roteiro. Na cerimônia Petra homenageou a vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, Marielle Franco.

“O filme que merecia ganhar o Oscar de melhor filme definitivamente é o filme sul coreano Parasite, mas dificilmente a acadêmia vai dar o prêmio principal da noite para um filme estrangeiro, então provavelmente 1917 vai levar, ele vem ganhando todas as outras premiações. O documentário brasileiro indicado é muito bom, narra bem os fatos e seria interessante ver uma mulher brasileira subindo ao palco para ganhar o prêmio, o único outro documentário que é bom no mesmo nível é o documentário sírio ‘For Sama'”, opinou Iam.

Já Alberto foi mais criterioso com o documentário brasileiro, justificou por escolhas da diretora que omitiu informações relevantes para a trama. Ele também lançou suas apostas certeiras para atores e atrizes que também levariam estatuetas para casa. Segundo ele 1917 deveria ficar com o prêmio de Melhor Filme.

“Eu aposto no drama de guerra 1917 pra Melhor Filme e Direção. Joaquin Phoenix deve levar como Melhor Ator pela performance em Coringa, Renée Zellweger deve levar como Melhor Atriz pela interpretação em Judy. Ator Coadjuvante, o favorito pra levar é Brad Pitt por seu papel em Era uma Vez em…Hollywood, e em atriz coadjuvante a veterana Laura Dern deve levar sua primeira estatueta pelo filme História de um Casamento. Sobre Democracia em Vertigem, particularmente eu não curto o filme. Tem alguns pontos nele que me incomodaram bastante, mas algumas omissões feitas pela própria diretora me deixaram bastante frustrado. Era um dos favoritos a levar, mas ele estava brigando com documentários bastante premiados e elogiados. Ficaria feliz se o filme brasileiro ganhasse, afinal seria nosso primeiro Oscar e quem estaria levando seria uma mulher”. Mas não deu!