Da Folha de PE

A cantora Ludmilla perdeu o processo por injúria racial movido contra o apresentador Marcão do Povo e vai recorrer da decisão. A sentença foi divulgada pelo advogado de Marcão, Rannieri Lopes, em postagem no Instagram. Em 2017, o âncora se referiu à cantora como “macaca”.

“O juiz entendeu que não teve dolo, não teve vontade, houve apenas um comentário jornalístico, que é resguardado pela constituição e o Marcão do Povo foi absolvido deste crime. Diante disso, abre para o Marcão agora a possibilidade de reparação e danos morais em face das pessoas que o denunciaram e divulgaram”.

Ao Portal Splash, a assessoria de Ludmilla declarou que vai recorrer, pois teria sido atacada por um racista em rede nacional.

“Ontem foi mais um dia difícil na vida de quem luta contra o preconceito. Surpreendentemente, mesmo após a utilização dos termos “pobre e macaca” contra mim, o Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília entendeu que não houve, por parte do apresentador Marcão do Povo, a intenção de ofender (?!). Pois eu digo: ofendeu sim e meus advogados estão preparando o recurso cabível. Como pode? Eu, quieta, na minha, do nada vem um racista me atacando em rede nacional. Não podemos descansar até que seja feita justiça. Não conheço este senhor e nunca troquei uma palavra com ele para receber qualquer insulto. Entendam de uma vez por todas: mesmo quando eu estou na cadeira de vítima dão um jeito de me sentar na de vilã”, escreveu Ludmilla.

Entenda o caso

No programa A Hora da Venenosa (Record), em janeiro de 2017, Marcão usou o termo “macaca” ao se referir a Ludmilla.

Ele comentou uma notícia de que a cantora teria evitado fotos com fãs. “É uma coisa que não dá para entender. Era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo. Sempre falo, eu era pobre e macaco também”, declarou o apresentador.

A fala de Marcão ganhou repercussão nacional. Ele também apresentava o programa Balanço Geral DF e foi demitido da emissora. O apresentador foi processado pela artista e pelo Ministério Público por injúria racial. Em sua defesa, Marcão afirma que “usou um termo regional” e não pretendeu cometer racismo.