Do Diario de Pernambuco
A monarquia de petróleo do Golfo se abriu nos últimos anos para eventos culturais e esportivos internacionais, mas as ONGs de defesa dos direitos humanos veem nisso uma forma de instrumentalização do lazer para desviar a atenção sobre a repressão aos opositores e ativistas.
“A participação total alcançou 732.000 pessoas ao longo (dos quatro dias) de desenvolvimento do festival, um dos maiores do mundo”, tuitou Turki al Sheij, que está à frente da autoridade de Entretenimento.
As ONGs pediram às estrelas internacionais, entre elas o DJ francês David Guetta, que boicotassem este evento que terminou no domingo, ou que denunciassem publicamente as violações aos direitos humanos na Arábia Saudita.
“Nunca antes vimos algo parecido em Riade – multidões, música, salas VIP e roupas que não estão de acordo” com as tradições do país, afirmou uma mulher presente no festival.
Este macro-evento ocorreu em um momento em que a Arábia Saudita vivencia um aumento dos casos de contágio por Covid-19, com os temores sobre a propagação da nova variante ômicron como pano de fundo.
A Arábia Saudita tenta – assim como outras monarquias do Golfo – diversificar sua economia ultradependente do petróleo e melhorar sua imagem.
No final de novembro, a ONG Human Rights Watch (HRW) pediu a Justin Bieber, Jason Derulo e A Rocky, que lideravam o cartaz de um recital em Jidá, às margens do mar Vermelho, que “tomassem uma posição pública” sobre as violações aos direitos humanos no reino saudita.