Publicado às 05h05 desta quarta-feira (24)

Por Paulo César Gomes, Professor, pesquisador, escritor e colunista do Farol

Durante a sabatina realizada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, Bolsonaro se comportou com um “tchutchuca”, falou mansinho, diferente da forma prepotente que se comporta em suas lives e em discursos para seus seguidores no cercadinho do Palácio Planalto.

Mas apesar de ter adotado o estilo “tchutchuca”(figura de linguagem que já faz parte da literatura), Bolsonaro continua como sempre foi e é, um mentiroso criminoso e compulsivo que não consegue responder a uma única pergunta com coerência e lucidez, e como já ocorreu em 2018, ainda recorrer a anotações na palma da mão, coisa de aluno que estuda para prova ou que sequer pegou nos livros para saber os conteúdos das avaliações.

De todas as mentiras contadas por Bolsonaro, a mais chocante ainda é sobre a pandemia da Covid. Mesmo com o país se aproximando da triste marca de 700 mil mortos, ele é incapaz de se solidarizar com as vítimas e com seus parentes, e ainda mantém um discurso falso sobre compra de vacinas e a eficácia do tratamento precoce. Nesse sentido, a história será implacável com Bolsonaro e não irá negar nenhuma das suas palavras e piadas contra doentes, vítimas e contra a ciência. As próximas gerações vão ter o direito de saber quem é Jair Bolsonaro, o “tchutchuca do centrão”, “o rei da rachadinha” e “coveiro da morte”.

E falando sobre autor da frase, “tchutchuca do centrão”, é bom que se registre que ele é eleitor  e seguidor de Bolsonaro e se define como sendo de direita. Diante do episódio, se não aparecer ao longo das próximas semanas um novo Adélio Bispo, em 2018, tentou lhe colar o rótulo de ser de esquerda, mas que está provado que ele não era.

O fato é que não podemos descartar novas investidas contra Bolsonaro, principalmente em ambientes controlados pelos seus seguranças, que curiosamente deixam, determinadas pessoas se aproximarem do presidente com certa facilidade e ir direto ao seu encontro. Em uma eleição em que as pesquisas não mandam muita coisa, onde o eleitor em sua maioria já definiu o seu candidato, um louco vestido com a bandeira do Brasil poderá da chance de Bolsonaro tentar ser reeleito.