Do Diario de Pernambuco 
Assédio sexual é 'comum' nas escolas britânicas, aponta estudoO assédio sexual é comum entre os estudantes do Reino Unido, onde nove em cada dez adolescentes afirmam serem alvo de insultos sexistas e receberem imagens ou vídeos sexuais, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (10) pelo órgão de inspeção educacional Ofsted.
Em abril, o governo pediu ao Ofsted para investigar a situação após a avalanche de depoimentos de adolescentes compartilhados no site Everyone’s Invited, principalmente de meninas que denunciavam uma linguagem sexista e violência sexual, revelando uma “cultura do estupro” nas escolas.
Depois de visitar 32 colégios e institutos públicos e privados e falar com 900 alunos, os inspetores constataram que as crianças e jovens “geralmente não veem sentido em denunciar esses comportamentos tóxicos, porque são considerados uma experiência normal”. “Muitos professores e diretores subestimam o alcance desses problemas”, afirmou o Ofsted.
Em suas entrevistas, os inspetores descobriram, por exemplo, que os meninos compartilham entre si em plataformas como WhatsApp e Snapchat imagens de “nudes” como se fosse uma “coleção”, e que muitas meninas são vítimas de “toques indesejados nos corredores da escola”.
“Este relatório me deixou apavorada”, afirmou Amanda Spielman, inspetora-chefe do Ofsted, em nota. “O assédio sexual nunca deveria ser considerado comum e não deveria ter espaço em nossas escolas e colégios”, acrescentou.
Os profissionais da educação devem estar mais treinados e as escolas devem melhorar os mecanismos de denúncia, além de punir os autores, sugere o Ofsted.
O órgão também pediu ao governo para abordar o assédio e o abuso online, devido à facilidade com a qual os menores podem acessar a pornografia.
Em um tuíte, o ministro da Educação, Gavin Williamson, afirmou que as conclusões do relatório são “muito preocupantes”.  Ele acrescentou que o governo fornece “apoio adicional às pessoas” encarregadas de protegerem os estudantes, “maior orientação” sobre a saúde e a educação sexual, e financiamento para uma linha telefônica de ajuda a menores.