Do UOL

Os Estados Unidos não precisam mais de novas medidas de confinamento da população, ou de paralisação da atividade econômica, para controlar a pandemia da COVID-19, no momento em que a taxa de infecções diárias permanece relativamente estável – disse o consultor médico da Casa Branca, dr. Anthony Fauci, nesta quinta-feira (19).

Em uma entrevista à AFP, o cientista disse ainda que está otimista sobre a possibilidade de o mundo ter em breve uma vacina que acabe com a pandemia. Ele chamou de “promissores” os primeiros resultados dos testes.

“Acho que não vamos falar em voltar ao confinamento”, afirmou Fauci, ao ser questionado se estados como Califórnia e Texas, que registram um aumento de casos, deveriam voltar a emitir ordens para que os moradores permaneçam em casa.

“Acho que vamos falar sobre como tentar controlar melhor as áreas do país que parecem estar registrando um aumento nos casos”, acrescentou.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de infecções confirmadas (2.187.876) e mortes (118.381) da COVID-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Depois que Nova York e Nova Jersey, dois dos primeiros epicentros epidêmicos do país, conseguiram controlar a doença, as infecções por coronavírus agora estão aumentando em 20 estados, criando um platô no número de casos em todo país.

Fauci indicou que uma abordagem local será necessária, pois os Estados Unidos adotam medidas para retornar à normalidade, especialmente para lidar com uma questão importante, como a data de reabertura das escolas.

“Em cidades onde definitivamente não há casos, não há problema em reabrir escolas”, declarou.

“Há outros lugares onde há um pequeno número de infecções em que a abertura de escolas pode ter que ser adiada”, disse.

“E há outros lugares no país, onde há uma infecção mínima, onde é possível fazer algumas mudanças no processo, como dias alternados, aulas pela manhã e outras à tarde, sentando as pessoas com separação e usando máscaras”, declarou Fauci, que liderou a resposta dos Estados Unidos a todas as grandes epidemias desde a aids nos anos 1980.

O especialista também se mostrou preocupado com o não cumprimento da recomendação para o uso de máscaras em público.

“Temos um país onde, mesmo quando as recomendações exigem o uso de uma máscara (…) existem alguns grupos que realmente seguem rigorosamente essas recomendações. E então você vê fotos de pessoas em bares e em grupos sem elas”, lamentou.