Publicado às 18h18 desta sexta-feira (11)

Na manhã da última segunda-feira (7) uma avó serra-talhadense passou por momentos de desespero ao ver sua netinha começar a vir ao mundo dentro do banheiro de um dos quartos da enfermaria do Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam).

Jozilene Pereira da Silva Bezerra, 54 anos, técnica em análises clínicas e estudante de Farmácia, é avó da criança e acompanhava a nora, Débora Rodrigues, 21, no hospital quando acionou as enfermeiras, mas não obteve a ajuda necessária. Em relato à reportagem do Farol de Notícias, a denunciante contou que a princípio o parto seria no Hospital São Francisco, mas a jovem testou positivo para Covid-19.

Daí em diante, teve que ser encaminhada para o Hospam ficando em uma ala reservada para mães contaminadas. Eram 7h30 da manhã, e Débora já estava com 8 centímetros de dilatação. Foi quando começou a sentir que a criança iria nascer enquanto utilizava o banheiro do hospital. Débora deu a luz a uma menina, Lara Emanuelly, com 2,750 kg e 49 cm, no próprio quarto às 10h20. A família apontou diversas falhas das enfermeiras e da estrutura do hospital e, por isso, procuraram o Farol de Notícias.

RELATO PREOCUPANTE DA AVÓ

“Assim que chegamos a enfermeira de plantão nos recebeu, atendeu ela e disse que voltava logo. Após uma hora retornou, auscultou e saiu. Quando veio foi com um equipamento para romper a bolsa dela lá no quarto mesmo e saiu, ficou sangrando e com muita dor. Débora me pediu para ir ao banheiro e fui com ela, e disse a mim que ia nascer. Corri no posto das enfermeiras e pedi para virem atender. Levei para o leito, nem forro tinha, mas ela deitou e pariu ali mesmo. Quando a enfermeira que atendeu ela chegou a cabecinha da menina já estava saindo, chegou sem nada, sem luva, sem nada, e me perguntando que horas a menina nasceu? Ela (a enfermeira) pode ser competente, mas nesse caso foi muito irresponsável”, detalhou Jozilene, complementando:

“E estava com a gente a minha cunhada que é enfermeira de outra casa de saúde, que disse que ia se aprontar para levar Débora para a sala de parto. Na hora que a menina nasceu ela correu e pediu luva, pegou a menina sem luva, jogou lá em cima da mãe. Depois disso não vi mais nada, não vi quando tiraram a placenta, não vi mais a menina. Minha nora não teve o direito de ir na sala de parto. Sei que eu fiquei muito chateada com ela, sai chorando do hospital, sai de perto. Por causa da desorganização, até as batas que a menina estava usando parecendo uns mulambos, velhas, sem ter como amarrar. E é porque de vem em quando tem umas publicações falando de parto humanizado no Hospam, nunca vi tanta desorganização”.

OUTRO LADO

O Farol entrou em contato com a direção do Hospam para saber mais detalhes sobre a situação. O gestor João Antônio Magalhães afirmou que deverá iniciar uma apuração dos fatos e em seguida emitirá uma nota pública comentando a versão da unidade médica. O diretor também se colocou à disposição da família para qualquer esclarecimento.