O Ministério das Relações Exteriores se negou a liberar e impôs censura até 2024 sobre supostos documentos que fizeram o governo rejeitar na Organização das Nações Unidas (ONU) os termos “igualdade de gênero” e “educação sexual” em resoluções e textos oficiais.
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Segundo o jornalista Jamil Chade, no portal Uol, o comunicado foi feito pelo Itamaraty a organizações não governamentais, que solicitaram os dados a partir da Lei de Acesso à Informação.
Um dos motivos mencionados para rejeitar o acesso foi o risco que o isso poderia representar para a posição negociadora do Brasil e mesmo à segurança nacional.
Tensão na ONU
Seguindo orientação dada pelo governo Bolsonaro, os representantes do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) implementaram em junho uma patrulha contra o termo “gênero” nas resoluções do organismo multilateral. O fato chocou diversos países, que se opuseram radicalmente à nova postura da diplomacia brasileira.
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A diplomacia olavista de Ernesto Araújo condenou o uso de qualquer referência que ao termo, argumentando que é uma construção social e o que deve ser levado em conta é o sexo natural da pessoa. Para solucionar, o Brasil pediu a utilização de “igualdade entre homens e mulheres”.
A sugestão, que teve apoio integral da Arábia Saudita, surpreendeu os presentes e gerou total rechaço de países europeus, como Noruega, França, Finlândia, Dinamarca e Suíça.