SALVADOR – Sem comentar as declarações do vice-presidente Michel Temer (PMDB) de que não há tempo hábil para que o plebiscito sobre reforma política seja realizado ainda este ano, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender nesta quinta-feira o plebiscito sobre a reforma política com os temas sugeridos ao Congresso Nacional dentro do “pacto de cinco pontos” como resposta às manifestações de rua no país. E também analisou os protestos que se espalharam pelo país. “Aqui as ruas falaram por mais direitos e aqui eu quero dizer que essa presidenta ouviu claramente a voz das ruas”.

— É para ouvir sobre como a população do país quer a reforma política. Como as pessoas acham que devem votar. Como as pessoas desse país acham que nós devemos financiar as campanhas políticas. Para ouvir se as pessoas acham que deve haver voto secreto ou não no Congresso. Como as pessoas acham que o suplente de senador deve ser eleito e como se fará as candidaturas — disse rebatendo a crítica de que as perguntas seriam complicadas para o eleitor responder.— Eu acredito muito na inteligência, na sagacidade, na esperteza do povo brasileiro. Acho que o povo sempre mostrou, ao longo de toda nossa história, que as suas escolhas sempre foram acertadas. Portanto eu não sou daqueles que acredita que o povo é incapaz de entender, porque as perguntas são complicadas. Não é verdade. O povo brasileiro tem aquela inteligência que nos foi dada, porque graças a Deus nós somos feito feito de várias correntes — discursou destacando a variedade étnica do Brasil, o que confere ao país, na sua opinião, “uma criatividade, uma inteligência, uma visão de mundo que é o que deve pautar a representação política, daí a proposta do plebiscito”.

Dilma voltou a falar das manifestações no Brasil de forma simpática, e procurou frisar que as que acontecem aqui são diferentes das que ocorrem em outras partes do mundo.

— Aqui as ruas falaram por mais direitos e aqui eu quero dizer que essa presidenta ouviu claramente a voz das ruas. Tanto porque essa voz é legítima, porque nós temos uma democracia e faz parte da democracia a luta por mais direitos, principalmente quando nós sabemos que, nos últimos dez anos, o governo do presidente Lula e com meu governo, nós ampliamos e olhamos para aqueles que mais precisam.

( O Globo)