bolsafamiliaA dona de casa Gesineide Batista da Silva, 50 anos, mais conhecida por ‘Neném de Lalinha’, procurou a redação do FAROL nesta quarta-feira (23), para denunciar que foi cortada do Programa Bolsa Família em Serra Talhada por mera perseguição política. ‘Neném de Lalinha’ foi candidata a vereadora pela coligação Frente Popular de Serra Talhada e apoiou o candidato derrotado Victor Oliveira (PR). Segundo ela, o coordenador do Bolsa Família, Sebastião Pereira de Lima, mais conhecido por ‘César’, bloqueou o benefício por não ter digerido uma suposta disputa por votos entre eles durante as eleições.

“Quando eu ia para lá (São Lourenço) a população sempre falava que ia votar em mim ao invés dele. Mas agora ele misturou as coisas por conta da minha ligação com Sebastião Oliveira. Eu fui atrás do meu direito e ele misturou as coisas”, argumentou. Gesineide contou que foi informada do corte do benefício no valor de R$ 112 na tarde dessa terça-feira (22) e que, ao comunicar o fato à beneficiária, o coordenador do programa teria sido extremamente grosso, o que acabou gerando confusão e bate boca. “Ele me deu ordem de prisão e me deixou trancada lá. Empurrei ele porque não me deixava sair sem querer abrir a porta. Quem é ele pra mandar me prender?”, indagou ‘Neném de Lalinha’, denunciando:

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“É preciso que se tome providências porque eu não sou a primeira a sofrer esse tipo de tratamento ali. Muita gente diz que ele maltrata muita gente ali. O César chegou alegando que eu fui candidata a vereadora e veio fazer perguntas sobre minha vida pessoal, perguntando o que Sebastião Oliveira havia me oferecido para minha candidatura, quanto eu havia gasto na campanha. Quando ele se alterou comigo eu também me alterei com ele e disse que minha vida pessoal não pertence ao Bolsa Família, porque de qualquer forma eu me encaixo no padrão do programa: estou desempregada, não tenho renda fixa e nem carteira assinada. Só fui procurar o meu direito, mas o César já foi me agredindo dizendo que as informações que eu havia prestado eram mentiras. Aí quando ele aumentou a voz eu aumentei também, rasguei todos os papéis que estava na mão e joguei nele, porque ele me agrediu. Aí ele correu e me prendeu, passei um bom tempo lutando com ele na porta do programa para sair de lá sem ele deixar”.

O OUTRO LADO

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O FAROL ouviu o coordenador do Bolsa Família em Serra Talhada, Sebastião Pereira. Ele justificou que Gesineide Batista foi cortada do programa porque o marido dela estaria recebendo um auxílio no valor de um salário mínimo. Ele ainda revelou que prestou boletim de ocorrência na delegacia contra ‘Neném de Lalinha’ por desacato e ameaça. O coordenador também negou que tenha retirado o benefício da ex-candidata pelo fato dela fazer parte da oposição.

“Ela argumentou isso (perseguição política), mas na verdade não foi nada disso, não. Até mesmo porque ela tirou 85 votos e eu quase 300. E eu sei que do lado de São Lourenço o majoritário é Jaime Inácio. Não existe isso, de jeito maneira. Esse argumento dela de perseguição política não existe e nem vou entrar nesse caso, tive que averiguar o caso dela pela condição sócio-econômica. Ela foi identificada no processo de abdicação porque o esposo dela tem um benefício de prestação continuada onde ele recebe um salário mínimo como auxílio doença. Foi pedido uma visita com relatório e um parecer social onde a assistente social verificou que ele realmente recebe e ela diz que está separada, mas em contradição, o cunhado dela disse que ela não é separada. Então, quando eu disse isso para ela, ela tomou o relatório de minhas mãos e rasgou. E ameaçou”, disse Sebastião Pereira, reforçando:

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“Isso é desacato a funcionário público em exercício de trabalho e ameaça. Então eu não tinha outra coisa a fazer senão ir na delegacia e prestar um Boletim de Ocorrência contra ela, eu estou com o boletim aqui nas minhas mãos. Eu tenho prova que ela tomou o relatório de minhas mãos, rasgou e jogou na minha cara. E disse que a partir de agora eu iria resolver com o marido dela e começou a fazer ameaças. Ela para receber o benefício deve provar o contrário, de que está separada, mas o relatório aqui diz outra coisa.”