O juiz Artur Teixeira de Carvalho Neto, da Vara Criminal, acatou denúncia de homicídio contra o agricultor Claudiomar Gomes de Oliveira, na tarde desta quinta-feira(12).

Ele está preso na cadeia pública de Serra Talhada há três meses. O FAROL publicou matéria, recentemente, evidenciando a possibilidade de Claudiomar está sendo acusado por um crime que não cometeu, vítima de má apuração da Justiça. Para se ter uma ideia, até o próprio pai da vítima que dizem que o agricultor matou garante que ele não é o assassino.

Claudiomar está sendo acusado de matar, em agosto passado, José Alves da Silva no distrito de Logradouro, zona rural de Serra Talhada. Além do pai da vítima, várias testemunhas da região asseguram que Claudiomar é inocente. O advogado do agricultor, Renaldo Alves de Lima, ratifica que o seu cliente está sendo alvo de um erro processual.

“Temos oito testemunhas à favor de Claudiomar. Inclusive familiares da vítima. Lamento tudo isso. Tenho até dez dias para apresentar a defesa do meu cliente mas todo este procedimento pode demorar até um ano”, declarou. Preso, sentindo-se humilhado e longe da família, Claudiomar vem enfrentando dois problemas graves de saúde dentro da cadeia: depressão e hipertensão. Além de agricultor, ele é tesoureiro da Associção de Agricultores de Logradouro.

Caso emblemático

O caso mais emblemático que aconteceu no Estado foi o do ex-mecânico Marcos Mariano da Silva, 63 anos, que passou 19 anos preso injustamente. Ele morreu recentemente, algumas horas depois de saber que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso do Governo do Estado e determinou o pagamento da segunda parcela de uma indenização por danos materiais e morais. O valor total da indenização era de R$ 2 milhões.

O ex-mecânico foi preso acusado de homicídio, em 1972, e solto seis anos depois, em 1982, quando o verdadeiro culpado foi preso. Três anos depois, em 1985, ele voltou à prisão – como foragido – depois de ter sido reconhecido por um policial, durante uma blitz, quando dirigia um caminhão. Marcos Mariano penou mais 13 anos no cárcere sem que ninguém desse crédito à sua história.

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