Casos de estupro aumentam em Serra TalhadaPublicado às 05h27 desta terça-feira (5)

Após matéria do Farol de Notícias detalhando os números de casos de estupro em Serra Talhada e região, mais um caso foi noticiado nessa segunda-feira (4), contra uma adolescente de 14 anos [releia a matéria]. Analisando os números da cidade e região, a Coordenadora Regional do Sertão do Pajeú pela Secretaria Estadual da Mulher, Rose Silva, comentou que o tema precisa voltar a sala de aula e aos espaços de saúde.

Pernambuco registrou nos anos de 2020 e 2021, 2.047 e 1.959, respectivamente, de estupro e estupro de vulnerável. Os números apresentaram uma leve queda em relação a 2019, que consta 2.159 denúncias do crime. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que em 2021 contabilizaram 56.098 estupros, apenas do gênero feminino, em todo o país.

“A gente precisa estar sempre discutindo sobre a violência sexual, que se apresentam com números alarmantes de estupro. Ainda é um tema delicado, principalmente quando acontece com crianças e adolescentes. Porque é difícil da criança ou da jovem se abrir e falar com alguém. A gente precisa falar mais sobre isso. Principalmente, em sala de aula”, afirmou ao Farol, complementando com um importante conselho:

“Então, se a gente tivesse como chegar nas salas de aula, na zona rural, fazermos palestras sobre isso, falar com os professores e buscar perceber quando a criança está mais calada, quando começa a apresentar sintomas. Não querer chegar perto de ninguém, ter medo do toque, tudo isso ela está dando sinal e a mãe na correria do dia a dia nem sempre consegue prestar atenção. É preciso levar esse debate para a sociedade”.

EDUCAÇÃO SEXUAL É SOBRE…?

Muito se especulou sobre a inclusão da educação sexual nas salas de aula de todo o país, mas segundo a coordenadora, a temática serve como um espaço seguro para ensinar jovens e crianças também a denunciarem e se protegerem contra abusos.

“É preciso quebrar tabus, muitas famílias ainda não trabalham a questão da sexualidade. O cuidado, o toque, onde pode tocar, quem pode tocar. Essa discussão precisa ir para as comunidades, para os postos de saúde, na educação, para que a gente consiga levar essa informação para todos os lares”.

CASOS TRAVADOS NA DELEGACIA

Outro alerta que a Rose Silva fez aponta diretamente para como os casos de violência sexual estão sendo tratados pelas forças policiais na cidade e região. Para ela, os números aumentam e não há um retorno de resolução e punição dos suspeitos.

“Devemos observar o porquê dos casos quando chegam na delegacia param. Vemos muitos casos de estupro e depois de muito tempo eles vem a tona, mas não sabemos o que veio depois. Houve punição, não houve punição? Essa pauta abre um alerta para que falemos sempre sobre violência sexual e porque esses números aumentam”, finalizou.

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