Fotos: Farol de Notícias / Max Rodrigues

Publicado às 4h04 desta quarta-feira (17)

Se torna eterno aquele que escreve sua história junto as tradições do seu lugar. O nome do senhor Álvaro Gomes Leal, 80 anos, será eternizado nas páginas da memória serra-talhadense, um dos mais antigos comerciantes vivos da cidade, que vem aprendendo a se equilibrar entre os costumes antigos e as facilidades das novas tecnologias em mais de meio século de trabalho no comércio de Serra Talhada.

O simpático proprietário da loja tecidos Casa Leal, inaugurada nos idos anos de 1967, até hoje cumpre expediente em seu negócio e faz questão que seus quatro funcionários tenham ao mesmo tempo o horário de almoço. “Eu sempre fecho no horário de almoço para uns irem comer e os outros ficarem com fome não dá. Eu só passo 1h30 fora daqui, os outros é duas horas. Porque é o certo, é o direito social de 2h”, justificou.

Há cerca de dois anos Álvaro Leal abriu uma brecha nos seus costumes e permitiu que uma máquina de cartão de crédito fosse implantada. Para ele, as compras foram facilitadas, mas não abre mão das velhas fichas. “Com o cartão é mais fácil de pagar, tem sido bom sim com ele, porque a gente recebe na hora. Mas eu mantenho as fichas porque nem todo mundo tem cartão. Mas uns demoram a pagar a conta ou nem pagam”, disse com bom humor.

EMPRESÁRIO ‘PAIZÃO’

A Casa Leal é também um negócio construído em família, o senhor Álvaro é um verdadeiro exemplo de empregador e afirma com orgulho que seus colaboradores constroem carreira na empresa.

“Tenho quatro funcionários, duas são filhas, mas estão fichadas, então, é funcionária. Todas são antigas aqui, as mais novatas têm 4 e 5 anos de trabalho, mas as outras têm mais de 20 anos. Tinha outra funcionária com mais de 20 anos, só saiu porque arrumou um emprego na prefeitura”.

Natural da zona rural de São José do Belmonte, mudou-se para Serra Talhada aos 16 anos. O seu legado de trabalho se mantém há 51 anos na Rua Agostinho de Magalhães, nº 173, com arquitetura original, mobiliário e organização que lembra as mercearias de panos e fazendas dos anos de 1960.

O seu legado de vida aponta para o futuro construído ao lado de sua esposa Margarida Gomes Leal, de 74 anos, com quem teve cinco filhos, 12 netos e dois bisnetos.

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