Do G1 Fantástico

 

O Fantástico mostra como agia uma quadrilha especializada em assaltos a joalherias dentro de shopping centers; e que roubou milhões em joias e fez reféns e vítimas por onde passou.

Um dos assaltos começa com dois homens andando tranquilamente pelo shopping numa noite de domingo. Eles olham vitrines como se fossem clientes, mas é tudo fingimento. Na verdade, são ladrões de joalherias. Depois de roubar anéis, pulseiras e relógios, um deles sai com duas mochilas. O segurança do shopping desconfia e vai atrás dele, e o outro criminoso percebe e sai correndo. Um cliente dá uma rasteira em um dos assaltantes. Outros seguranças chegam, mas não conseguem impedir a fuga.

O pior parecia ter acabado, mas aí surge mais um ladrão, que atira em um dos seguranças. O assaltante foge, e a vítima se arrasta até uma loja, na tentativa de se proteger. Felizmente, o tiro pegou de raspão na cabeça, e o segurança sobreviveu.

O roubo foi em novembro do ano passado, em Jacareí, no interior paulista. Este foi um dos pelo menos 16 assaltos que ocorreram em joalherias que ficam dentro de shopping centers no Estado de São Paulo, de outubro do ano passado até este mês. Geralmente à noite, quando há muita movimentação de clientes e o risco de um confronto com a polícia é menor.

Segundo as investigações, oito desses 16 roubos, inclusive o de Jacareí, foram praticados pela mesma quadrilha. O Fantástico teve acesso a imagens inéditas e a todos os detalhes da investigação. O primeiro passo da quadrilha era conhecer de perto o lugar que ia ser assaltado. Com um celular, uma mulher que fingia ser cliente filmava tudo que pudesse orientar a ação dos assaltantes, e os vídeos eram repassados para os chefes da quadrilha. Os detalhes iam por mensagens de áudio.

Segundo as investigações, Ítalo Lima Pires, de 23 anos, era um dos chefes do grupo. Ele tem quatro antecedentes criminais por roubo. Em dezembro, a polícia encontrou um celular usado por Ítalo, e no histórico de buscas consta a reportagem do Fantástico sobre um assalto em Sorocaba.

Mesmo sabendo que era investigado pela polícia, Ítalo voltou a agir em janeiro deste ano. No roubo, os ladrões fugiram levando o equivalente a R$ 1,7 milhão em joias e relógios. Conforme os assaltos aconteciam, a polícia realizava operações, e a investigação avançava. Ao todo, dez acusados de participar da quadrilha estão na cadeia.

Para a polícia, Leonardo disse que só vai se manifestar diante de um juiz. Ítalo, acusado de ser um dos chefes da quadrilha, está foragido.