Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Por Gov.br

Os números impressionam e dão a noção de como o Concurso Nacional Unificado representa uma novidade no processo de preenchimento de cargos públicos na administração pública federal: 6.590 vagas, 180 municípios envolvidos e expectativa de inscrição de até 4 milhões de brasileiros.

“A gente sabe que essa é uma grande inovação. A ideia é que se torne a principal forma de fazer concursos no âmbito federal e que a gente mantenha esse processo de concursos nacionais unificados a partir da experiência que a gente vai acumular com a primeira versão” Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviço PúblicosEm entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGISP), Esther Dweck, detalhou o projeto que teve o decreto publicado nesta sexta, 29/9, no Diário Oficial da União.

Com uma proposta de ampliar o acesso e ampliar a igualdade de condições para os candidatos, o Concurso Nacional Unificado será realizado até março de 2024, de acordo com o cronograma previsto, nas 180 cidades envolvidas no processo. A prova será em um único dia e contará com duas etapas: uma que será igual para todas as carreiras e outra, específica, para cada grupo de carreiras. Informalmente, a iniciativa está sendo chamada de Enem dos Concursos.

“ENEM DOS CONCURSOS” – “A gente sabe que essa é uma grande inovação. A ideia é que ele se torne a principal forma de fazer concursos no âmbito federal e que a gente mantenha esse processo de concursos nacionais unificados a partir da experiência que a gente vai acumular com a primeira versão”, afirmou Esther Dweck, que disse estar feliz com a comparação com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“A marca Enem é tão positiva na sociedade que a gente ficou feliz com a comparação de ser chamada de Enem dos Concursos, porque tem uma lógica realmente semelhante de fazer um concurso maior, com mais vagas, no Brasil inteiro. A gente aproveitou muito a experiência do Inep para pensar esse concurso”.

VAGAS E ÓRGÃOS – Esther Dweck lembrou que neste ano sua pasta autorizou abertura de concursos para o preenchimento de 9.116 vagas. Neste número já estão 970 vagas anunciadas nesta semana: 400 postos para a Advocacia Geral da União, 50 para o Ministério da Cultura e 520 para os quatro ministérios da área econômica e mais o dos Povos Indígenas.

O prazo para a adesão ao Concurso Nacional Unificado termina hoje e, até o momento, 72% dos órgãos aderiram. Com isso, das 9.116 vagas autorizadas neste ano, 6.590 serão preenchidas por meio do Concurso Nacional Unificado.

Um total de 20 órgãos aderiram, entre eles os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; Povos Indígenas; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Justiça e Segurança Pública; Trabalho e Emprego; Planejamento e Orçamento; Educação; Cultura; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; além do próprio Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e suas transversais. Outros órgãos, como Funai, Incra, IBGE e ANEEL também aderiram.

“Muitos órgãos tinham perdido a capacidade de realizar concursos. Em cada ministério existia uma dificuldade de pensar a realização de concurso e desde o início eles nos procuraram para auxiliar. E foi um pouco a partir daí que começou a surgir a ideia do Concurso Unificado”, recordou a ministra Dweck.

PRAZOS – Após a publicação do decreto no Diário Oficial da União e o encerramento do prazo de indicativo de adesão, a estimativa é de que o edital unificado seja divulgado até 20 de dezembro.

Segundo o planejamento, a prova será realizada até março de 2024, com o resultado final sendo divulgado até maio. Em julho serão realizados os cursos de formação (quando necessário) e a expectativa é que até agosto do ano que vem os 6.590 aprovados tomem posse.

“A gente tinha essa ideia de que era necessário ampliar a quantidade de cidades onde houvesse o certame, porque a maior parte dos concursos que são realizados em todos os estados em geral são feitos nas capitais. A gente quer muito uma burocracia que seja a cara da sociedade brasileira”, prosseguiu.

TODOS OS BRASILEIROS – Segundo a ministra, o Concurso Nacional Unificado tem como benefícios, além de uma maior participação da população brasileira, o ganho de escala e a redução de custos. Ela frisou que a iniciativa beneficiará as populações de baixa renda nos estados, já que com uma única inscrição será possível concorrer a diversas vagas. “A gente acha que quem deve participar são todos os cidadãos brasileiros, independentemente de onde estejam e das condições sociais, de cor, raça ou etnia. Todo mundo deve poder ter o direito de fazer um concurso”, finalizou.