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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Humildes tralhadores de Serra Talhada ganham a vida há 56 anos com os ensinamentos deixados pelo pai. Geraldo Vieira, 66 anos, e Albino Vieira, 65 anos, são os filhos mais velhos de Manoel Vieira o ‘Biu sapateiro’, como era conhecido, trabalham desde os 10 anos de idade fabricando e consertando os calçados dos serra-talhadenses. O FAROL saiu às ruas, nessa quinta-feira (7), para conhecer a história dos irmãos que tiram o sustento dos pés alheios.

De uma família de 13 irmãos, apenas Geraldo e Albino seguiram a mesmo ofício que aprenderam com o ‘Biu sapateiro’ e hoje trabalham um em frente ao outro, na Travessa Cazé Romão (beco do Bradesco). Por mês, cada um chega a consertar uma média de 40 pares de sapatos. Os preços módicos variam: para engraxar custa R$ 8, o salto das madames R$ 10, uma meia sola ou solado fica entre R$ 15 e R$ 20, tudo depende do serviço solicitado.

Em conversa com o FAROL, Albino fala da alegria da profissão e dos laços que construiu com o irmão mais velho através dela. “Minha alegria no trabalho é quando faço um trabalho bem, que os fregueses mesmo dão valor e que eu mesmo digo que está bem feito. Mas espero eles dizerem que está. Só tem eu e meu irmão mais velho, nós se entende demais, somos muito amigos. Nunca houve problema aqui, a gente sempre desabafa um com o outro”, ressaltou.

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O simpático Geraldo agradece pelos frutos colhidos com o trabalho e divulga sem cerimônia o horário de atendimento. “A minha maior alegria é saber que todos os meus filhos estão felizes. Me deram muito prazer, nunca fui à delegacia com queixa de nada, não são viciados em droga, graças a Deus, só vivem do trabalho. Não tem melhor do que isso. Não somos muito bem de vida, mas não passamos necessidade. Quando dá 6h30 abrimos e ficamos até 17h, mas no sábado só até meio dia”.

O sapateiro Geraldo acanhou-se a comentar sobre a economia sertaneja, mas a experiência do trabalho diário analisou a cidade tem crescido, mas não é sinônimo de desenvolvimento. “Mudou muito em muitas coisas, a cidade está crescendo, mas o desenvolvimento ainda é muito pouco. Por exemplo, uma cidade como Serra Talhada já deveria ter uma indústria e não tem. Tem assim, um comércio, mas é variado uns pagam bem outros menos, mas tem evoluído”, concluiu.

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Sem tirar as mãos do serviço, Geraldo Vieira fala sobre o ofício de sapateiro

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Os irmãos Vieira olha para o futuro com esperança de melhores oportunidades para as futuras gerações da família

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