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No mês da Consciência Negra os movimentos sociais, a Secretaria de Meio Ambiente e Igualdade Racial, as escolas, faculdades e universidades se preparam para promover eventos que reflitam a importância deste 20 de novembro. A data foi uma das conquistas comemorativas do movimento negro em prol da morte do líder quilombola do período colonial no Brasil, Zumbi dos Palmares.

Dentre as diversas atividades programadas para este mês, a repórter do FAROL, Emanuelle Silva, acompanhou a Festa da Consciência Negra da 2ª comunidade serratalhadense a ser reconhecida e certificada como quilombo na Fundação Palmares, o Quilombo Catolé dos Índios Pretos.

A comunidade foi reconhecida no dia 6 de junho deste ano, através de laudos antropológicos realizados pelo Monir  (Movimento Negro pela Igualdade Étnico-racial de Serra Talhada) desde 2009, em parceria com a Secretaria de Igualdade Racial, que foi criada em 2013 a partir das lutas do movimento na cidade . A reportagem do FAROL conversou com Cícero Alexandre, coordenador de políticas públicas para comunidades tradicionais de Serra Talhada e membro do Monir. Ele garantiu que a nova comunidade quilombola receberá investimentos governamentais.

“Através do reconhecimento a comunidade ganha um certificado e começa a fazer parte de todas as políticas públicas, tanto federal quanto estadual voltada para comunidades quilombolas, isso é por lei. Teve um avanço enorme na cultura tradicional: o Toré, o drama de senzala, e outras danças e costumes que estavam guardados a mais de 20 anos. A gente comprovou que a comunidade do Catolé teve uma história rica para a criação da cidade de Serra Talhada”, disse.

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O FAROL também conversou com a convidada especial Nena Marinho, presidenta do Monir Belo Jardim, que acompanha a comunidade desde o processo de certificação. Nena milita nas regiões do Sertão e Agreste nas temáticas de gênero, negritude, cultura, juventude e crianças e adolescentes.

“A gente tá ocupando os espaços e começando a levantar as questões do povo negro, das mulheres negras, da violência contra a mulher, à discriminação racial. Toda audiência pública que tem, a gente participa e tá qualificando o debate. Então, em Belo Jardim hoje a gente já é respeitada, enquanto negra, agora com o Monir, que quando eu conheci os meninos daqui de Serra Talhada, levaram o movimento para Belo Jardim. Nós estamos tentando implantar em cada município um coletivo de negros e negras que discutam a questão da discriminação racial, a partir da organização do movimento negro”, enfatizou Nena Marinho.

IMG-20141116-WA0035-1NENA MARINHO CONVERSOU COM A REPORTAGEM DO FAROL DE NOTICIAS

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