DúvidasComentando uma das razões que teriam motivado sua saída do cargo de secretário de Educação da gestão petista, durante entrevista a rádio A Voz do Sertão AM, nessa quarta-feira (12), o professor Israel Silveira acabou fazendo um denúncia preocupante. Segundo ele, o prefeito Luciano Duque deixou de repassar, nos seis primeiros meses de governo, cerca de R$ 2,7 milhões para o Fundo Municipal de Educação (FME). Essa atitude acabou causando um efeito avalanche onde diversos fornecedores ficaram sem receber.

O ex-secretário disse ter provas de que isso aconteceu e provocou a Câmara de Vereadores de Serra Talhada a investigar os motivos que teriam levado o prefeito a não repassar quase R$ 3 milhões ao FME, deixando acumular um mar de contas, cobranças e insatisfações. “Nos seis meses de gestão eu não consegui afinar minha visão de gestão educacional com a visão dele (Duque), porque o prefeito queria que eu passasse um rolo compressor nos meus princípios, sobre aquilo que acredito”, disparou, revelando:

“A Secretaria de Educação é ordenadora de despesas. E nos primeiros 6 meses de 2013, de recursos próprios, o prefeito Luciano Duque deveria ter repassado para o Fundo Municipal de Educação cerca de R$ 5 milhões. Falo isso porque pode ser averiguado e existe aí a Câmara de Vereadores para fiscalizar se isso aconteceu de fato. Mas a conta do Fundo Municipal de Educação recebeu pouco mais de R$ 2,3 milhões neste período. Ou seja, R$ 2,7 a menos do que deveria ter sido repassado”.

FORNECEDORES ATRASADOS

Segundo o professor Israel Silveira, uma vez que o dinheiro não estava sendo transferido ficava difícil honrar os compromissos junto aos fornecedores. Em junho de 2013, Luciano Duque teria sido procurado por alguns deles que se diziam insatisfeitos com a falta de pagamento. “Então, ele (Duque), sem conhecer nada das contas, sem ter conversado com o secretário de Finanças, num ato de euforia, esbravejou dizendo que ia procurar saber o que estava acontecendo, pois estaria repassando tudo direitinho para a conta do Fundo Municipal de Educação”, lembrou Silveira.

O ex-secretário relatou que as pessoas enviadas pelo prefeito para fazer a análise na Secretaria de Educação não tinham qualquer gabarito na área e chegaram a colocar em xeque a aplicação do dinheiro culpando o secretário. “Esse ato desrespeitoso foi o estopim para mim, pois me faltou com respeito. E deixou um clima de insegurança no ar de que, ou eu seria um mau gestor, ou estaria usando o recurso para outros fins”. Israel Silveira deixou claro que o dinheiro não havia sido repassado e que a pasta não tinha o poder de fabricá-lo.

“Lamento a postura de uma das três pessoas enviadas pelo prefeito, que chegou como se fosse encontrar coisa errada. Eu tenho pena dela. No final viram que estava tudo sob controle, o que entrou e o que saiu estava tudo destinado. Faltava mesmo o repasse. Agora serei um cidadão para fiscalizar a educação de Serra Talhada, o que houver de equivocado nesta área vou falar! Estou agora na oposição por força das circunstâncias, devido a postura dele (Luciano) que me fez assumir esse posicionamento”, avisou o professor.

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