Publicado às 9h30 desta segunda-feira (12)

Diante a alta, nos últimos anos, de reclamações e denúncias de assédio partindo de diversas mulheres ao usarem serviços privados de transporte no Brasil, cresce também no país o mercado de aplicativos que oferecem este trabalho voltado para atender apenas o público feminino. A necessidade surge para atender uma demanda de proteção física e psicológica das clientes.

Durante relatos em viagens, muitas demonstraram incômodo ao perceberem desde olhares invasivos pelo retrovisor ao fato de serem pegas de surpresas com perguntas indiscretas como: “você tem namorado?”. Ou quando era tomadas pelo pavor de ver o motorista fazer a escolha por um caminho imprevisto.

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Pesquisas mostram que 56% preferem ser conduzidas por motoristas também do sexo feminino, diante a certeza obterem mais conforto, segurança e tranquilidade durante viagens. “Esses aplicativos unem passageiras e motoristas e não deixa de ser um alívio, mesmo que parcial, para a gente diante o risco constante de assédio. Estamos nos sentido muito inseguras”, desabafa a gerente bancária, Sandra de Lima França, 45 anos.

COMO FUNCIONA

Aplicativos como Belladriver funcionam de forma semelhante a outros apps de transporte urbano. Ou seja, basta abrir, informar endereços de partida e destino e selecionar ou o serviço de taxistas ou de motoristas particulares, todas mulheres. O Belladriver, por exemplo, nasceu da iniciativa de um grupo de empreendedores de Natal, Brasília e São Paulo, que se uniram para lançar um novo aplicativo de transporte privado.

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O BellaDriver também foi desenvolvido com a proposta de ser atrativo para as motoristas que fazem parte da equipe. Por essa razão, as motoristas afiliadas ganham desconto para abastecer o veículo com que trabalham em mais de 90% dos postos de gasolina do país, e ainda um cartão de fidelidade que garante benefícios ao fazer compras em várias grandes redes de farmácias.

Em esfera global, a estimativa é de que 53% do total de passageiros que fazem uso dos aplicativos de transporte sejam mulheres.

EXPANSÃO PARA O NORDESTE

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No Brasil, o negócio começou em São Paulo, mas hoje vem funcionando em Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Goiânia, Rio de Janeiro e Santos. Neste locais, mulheres já podem ir a eventos, reuniões e outros compromissos pela cidade de forma mais tranquila. A cada segundo, uma mulher é vítima de assédio aqui.

Mas para além do crescimento deste mercado no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, o Belladriver se expande pelo Nordeste. Para se ter uma ideia, o aplicativo prepara uma equipe de cerca de 150 motoristas em Natal (RN), com a possibilidade de se expandir nos meses seguintes para outras cidades do Nordeste como Fortaleza, Recife e João Pessoa.