Para se ter uma ideia, atualmente, a Delegacia local possui apenas 19 pessoas para uma grande demanda de trabalho. Por mês, são expedidos à Justiça, em média, cerca de 180 inquéritos, 170 TCOs (Termos Circunstanciado de Ocorrência), 180 requisições, além das demandas que chegam pelo Disque Denúncia. “O papel higiênico aparece de vez em quando e quando vem temos dificuldade para administrar porque é remetido para várias delegacias da região”, comentou um agente, pedindo para ter a identidade preservada.
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Água e café também são itens afetados pela escassez na Delegacia de Serra Talhada. Em muitas vezes surgem apenas quando os próprios policiais decidem pagar do bolso. Recentemente, o FAROL foi procurado por leitores que denunciaram a falta de material na Delegacia até para a confecção de carteiras de identidade. Somado a ausência de estrutura, a categoria vem cobrando do Governo de Pernambuco valorização salarial.
“Os policiais querem trabalhar e já trabalham muito. O caos é pela falta de efetivo, em decorrência das péssimas estruturas, desumanas até, e dos baixíssimos salários. A falta de material é total, desde água para beber até papel higiênico e papel para os inquéritos. A culpa disso é do governo e dessa política de segurança que massacra o servidor e o obrigava a tirar horas extras pagando 1/4 do valor que todo servidor recebe”, disparou o vice-presidente do Sinpol (Sindicato do Policiais Civis de Pernambuco), Rafael Cavalcanti, em contato com o FAROL. “Só que eles (governo do Estado) não contavam que o policial não mais aceitaria esmolas, indo em busca de salários justos e dignos. A Polícia Civil de Pernambuco é uma das melhores do país e uma das três que mais soluciona crimes, porém recebe o pior salário”, desabafou.
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