delegacia de serra talhadaA crise na segurança pública de Pernambuco, marcada atualmente pela briga entre a Polícia Civil e o Governo do Estado, causou a queda de 88% no número de inquéritos abertos na Delegacia de Serra Talhada. Dados coletados pelo FAROL junto à circunscrição local apontam que a quantidade de procedimentos investigatórios despencou de 60 para apenas sete só no mês de julho. De acordo com a categoria, o motivo continua sendo a devolução dos PJEs (Programa de Jornada Extra de Segurança) à gestão estadual. Além da queda de inquéritos, a delegacia tem apresentado déficit de delegados plantonistas e agentes para suprir toda a demanda da Capital do Xaxado.

“Esses inquéritos caíram por conta da entrega dos PJEs. O que esta acontecendo é que falta pessoal na Polícia Civil para cumprir uma grande demanda que temos e isso é em todo o Estado. Como houve essa recusa a fazer essas horas extras, que o governo vem pagando algo irrisório, o governo ficou sem pessoal para suprir a lacuna. O que denuncia a atual situação de descaso porque estamos passando com a falta de pessoal para trabalhar. O governo tem que abrir concurso e tem que valorizar a nossa categoria para que isso mude, porque não há previsão para que esse descaso termine”, comentou um agente da Polícia Civil, pedindo para ter a identidade preservada.

Nesta terça-feira (11), o delegado local, Olegário Filho, concedeu entrevista de rádio expondo os principais problemas que afetam o trabalho da Polícia Civil em Serra Talhada. Além da falta de pessoal, baixos salários e estrutura precária de trabalho. Por conta disso, muitas investigações, principalmente de assassinatos, vêm sendo prejudicadas no município. Atualmente, a Delegacia local possui apenas 19 pessoas para uma grande demanda de trabalho. Por mês, vinham sendo expedidos à Justiça, em média, cerca de 180 inquéritos, 170 TCOs (Termos Circunstanciado de Ocorrência), 180 requisições, além das demandas que chegam pelo Disque Denúncia.