Teve ínicio nessa quarta-feira (29) a 222ª Festa de Nossa Senhora da Penha, a nossa tradicional Festa de Setembro. Lá se foram dois séculos, mas parece que foi ontem. Ainda guardo grandes recordações de tantas festas que participei com meus  familiares. Aliás, guardo na memória riquezas de detalhes que foram apagados do cotidiano do evento.

Tenho lembranças das barracas ao som de radiolas e os nomes criativos dado a cada uma delas: Desde “Amada Amante” aos nomes de novelas que faziam sucesso na época. A radiola era tipo “ABC – A Voz de Ouro”. Ainda havia espaço para a venda do algodão doce na praça, os jogos de “perbolins”, a bola de sopro e por aí vai… Quando criança eu tinha apenas um trauma: fazer o corte do cabelo tipo “jaquideme”.

Meu pai fazia questão de levar os 4 filhos à barbearia de Faustino, na travessa Afonso Pequeno, e cada um saia com o “quengo” á mostra. O pior vinha depois:  O “selo” que era dado com cuspe na mão. Tebei! E estava declarado, oficialmente, a abertura da Festa de Setembro no  meu lar.

Meu passeio preferido era no carrosel, onde eu me sentia o próprio Durango Kid. Sinto que, hoje em dia, a maioria dos brinquedos perderam a inocência natural. Tudo virou uma competição ou um jogo arriscado e perigoso. Como se não bastasse a vida. Portanto, a  festa chega prá mim como um bálsamo. Algo que não apenas olho mas que remota ao túnel do tempo. Uma festa que nunca irá de envelhecer. Apesar de completar 222 anos.