Da Revista Fórum

Em conversa descontraída com o colega Vladimir Aras pelo Telegram, quatro dias após o primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro de 2018, o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato, sinalizou que sabia do acordo entre o pré-candidato Jair Bolsonaro e o então juiz, Sergio Moro, para indicar o magistrado à uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) após ocupar um “superministério” da Justiça em seu possível governo.

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Indagado por Aras se poderia falar com Sergio Moro sobre sua candidatura à PGR, Dallagnol responde: “Para ter contexto, qual o objetivo de falar com ele agora? Pedir o apoio dele quando for ministro do STF? rs”, respondeu Dallagnol, que atendeu o pedido do colega e iniciou, em plena campanha eleitoral, as articulações para a futura vaga na PGR. As informações foram reveladas em reportagem do Uol, em parceria com The Intercept, nesta sexta-feira (16).

Moro no STF

Eleito, em 12 de maio deste ano, em entrevista ao vivo ao jornalista Milton Neves, da Rádio Bandeirantes, Bolsonaro confirmou o acordo para alçar Moro ao STF.

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“É um compromisso que tenho com ele”, afirmou Bolsonaro, ressaltando que Moro será indicado para a vaga do ministro Celso de Mello, que se aposenta este ano. “Será aplaudido pela nação”, completou.

No dia seguinte, Moro negou o acordo com Bolsonaro. “Não vou receber um convite para ser ministro estabelecendo condição sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, disse na ocasião.