ciber-crimePor conta das empresas operadoras de celular, as investigações sobre o polêmico caso dos vídeos difamatórios de mulheres estão travadas na delegacia de Serra Talhada. A revelação partiu do delegado Olegário Filho, em entrevista à rádio Líder do Vale FM, no início da semana. Segundo ele, a Polícia Civil já fez uma série de solicitações e pedidos de informações às operadoras, mas só recebeu silêncio como resposta.

As informações ajudariam a identificar os números de telefones de onde partiram os vídeos que feriram a honra de dezenas de mulheres serra-talhadenses nos últimos meses. As imagens causaram polêmica na cidade e um inquérito foi aberto no mês passado (relembre). Os vídeos foram compartilhados via WhatsApp. Na investigações, pelo menos, dez pessoas foram intimadas a prestar depoimentos. Entre vítimas e suspeitos, foram convocadas também pessoas que compartilharam o conteúdo nas redes sociais

“A sensação de impunidade é essa e por isso há a possibilidade de os crimes se agravarem. Entretanto, em alguns casos não dependem essencialmente da ação da polícia. Nesse caso específico ouvimos todas as pessoas possíveis, os vídeos foram coletados, mas nós dependemos de outros órgãos, nesse caso das operadoras de celular. Fizemos ofício e encaminhamos às operadores para que elas nos fornecessem as informações necessárias, no entanto, as informações não chegam, demoram a chegar, outras vezes são negadas inclusive”, lamentou o delegado, reforçando:

“Algo que é difícil falar abertamente, mas superficialmente, podemos ressaltar, que nem todos os casos são possíveis de uma representação judicial, em outras palavras, que a Justiça autorize uma quebra desses sistemas telemáticos, então isso prejudica também. O caso está praticamente pronto na delegacia e a resposta para ele está dependendo apenas das operadoras (de celular). A nossa cobrança a elas chegou. Estamos esperando essas informações chegaram, se for o caso, vamos reenviar ofícios ratificando a nossa requisição para que possa chegar o mais rápido possível, mas é muito difícil.”