Cerca de 25 famílias que residem no Assentamento Virgulino Ferreira, na zona rural de Serra Talhada, planejam a ocupação da sede da Defesa Civil da Capital do Xaxado, na próxima semana, para protestar contra a falta de distribuição de água por parte dos pipeiros que trabalham a serviço do Governo Federal. Segundo os agricultores, há seis meses que nenhum pipa aparece na comunidade e a situação beira ao caos.

“Desde o começo do ano que não aparece um carro-pipa em nossa comunidade. Nem do Exército, prefeitura ou do Governo do Estado. Fomos esquecidos por todos. Algumas pessoas ainda tem uma reserva de água das últimas chuvas mas já está no fim. Não temos outra saída senão ocupar a sede da Defesa Civil e cobrar providências”, disse Roziane da Silva, deixando claro a existência de uma “guerra” por água em pleno século 21.

Cada família possui uma cisterna com capacidade de acumular até 16 mil litros d’agua que virou um instrumento de decoração no quintal da casa. Para sobreviverem, os agricultores compram água potável de um proprietário de um poço artesiano da região. “Mas está ficando muito caro. Eu mesma estou com uma dívida de R$ 120 acumulada”, desabafa Roziane, em conversa com a reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS.

O OUTRO LADO

O FAROL conversou com Patrício Ferraz, coordenador da Defesa de Serra Talhada, que se comprometeu em resolver o impasse dos agricultores do Assentamento Virgolino Ferreira. Segundo Ferraz, foi feito um novo cadastro de áreas junto ao Exército Brasileiro e solicitado mais carros-pipas. “A previsão é que esta comunidade esteja sendo atendida agora em setembro”, confirmou.

Segundo ele, existem 35 carros-pipas trabalhando na zona rural de Serra Talhada. Todos pagos pelo Governo Federal. Entretanto, a prefeitura possui apenas um pipa para atender toda a zona rural. “E este carro no momento está quebrado. O ideal seria pelo menos mais quatro pipas a serviço do município”, finalizou Patrício Ferraz.