Publicado às 18h50 desta quinta-feira (26)
O clima de embate na Câmara de Serra Talhada vem esquentando diante o projeto do Executivo municipal que prevê aumento da alíquota para a previdência, que atinge ativos e inativos. De acordo com o projeto, caso seja aprovado, a contribuição do servidor serra-talhadense aumentará de 12,5% para 14%.
Falando ao programa Frequência Democrática nesta quinta-feira (26), na rádio Vila Bela FM, os vereadores governistas Zé Raimundo e o líder do governo na Casa, Nailson Gomes, tentaram explicar o que está por trás dessa mudança, alertando que tudo isso é culpa de transformações exigidas pelo governo Bolsonaro. Caso não haja adequação à medida, segundo eles, o município poderá ser prejudicado futuramente.
“[O projeto] é bom, amigo servidor? Não é! E têm municípios que a alíquota ainda é maior que 14%. Então, eu não sou defensor ferrenho do governo Luciano Duque não. Eu estou aqui na obrigação de colocar os fatos como eles são. E quais sãos os fatos?” [Existe agora] uma lei federal que houve da Reforma da Previdência, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que diz que os estados e municípios devem se adequar e que o percentual mínimo é de 14%”.
“Então, sinceramente, a gente tem que ter um pouquinho mais de serenidade e não transferir responsabilidade. Quando eu disse que votava a favor [do projeto] não é por ser da base [de Luciano Duque], é pelo cumprimento legal que se tem. Então, amigo servidor, independente da Câmara, isso é uma necessidade. Eu não estou na defesa do governo Luciano Duque e estou cortando na minha própria carne, pois eu também sou servidor. Infelizmente amigo servidor, a decisão foi tomada lá em cima, pelo governo federal”.
MIRANDO EM SINÉZIO
No início desta semana, por meio de nota à imprensa e durante entrevista de rádio, o vereador também da base do governo, Sinézio Rodrigues, do PT, se posicionou contrário à aprovação do projeto alegando “ser nocivo” ao funcionalismo municipal.
Em uma das notas [veja aqui], o vereador chegou a dizer que o governo Luciano Duque vai enviar um projeto que seria, na verdade, “um péssimo presente de Natal” aos servidores serra-talhadenses. E que ele não fará parte disso, pois “não vota contra o trabalhador”.
O posicionamento de Sinézio acabou chamando a atenção dos demais colegas de bancada, que abriram fogo nesta quinta-feira (26): “Pelo amor de Deus, vamos ter senso de responsabilidade com as coisas e vamos se assumir em outras lutas, em outras coisas, e não apenas fazer o discurso fácil e transferir responsabilidade”, alertou Zé Raimundo, ganhando o reforço de Nailson Gomes.
“Essa história de que a gente está dando um presente de grego, um presente de Natal de mal gosto [aos servidores] isso não é verdade. Temos que ter responsabilidade. Eu costumo sempre dizer que quando a gente usa o microfone a gente tem que ter responsabilidade por que somos formadores de opinião, o que está sendo feito é o cumprimento legal.”
“Estou tranquilo, com a consciência tranquila de que não se quer prejudicar [os servidores]”, continuou Nailson. “Mas infelizmente, a gente está atendendo ao mínimo [com 14%], porque a própria emenda diz que pode ser de 14% a 22% [o aumento da alíquota previdenciária]. É duro, mas tem que ser feito.”
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