A notícia veiculada na semana passada, sobre o recorde de arrecadação do Governo do Estado, praticamente passou despercebida pela imprensa local. Pernambuco teve uma arrecadação de mais de R$ 1 bilhão em janeiro, só com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Houve um crescimento na coleta do imposto na ordem de 18% em 2011, em comparação a 2010. Um aumento de R$ 18 bilhões, só de ICMS.

“Pernambuco se consolida como o Estado em que a arrecadação mais cresceu no País”. Foi, assim, em tom eufórico, que o secretário da Fazenda de Eduardo Campos, Paulo Câmara, comemorou a façanha. Questiona-se como este ‘maravilhoso’ montante de dinheiro vem sendo distribuído no interior do Estado e como nós, sertanejos, estamos participando dessa ‘festa’.

A impressão é que tamanha gula fiscal acabou concentrada na Capital, Recife, e em cidades que se transformaram em polos emergentes. No final das contas, o dinheiro foi mal distribuído. E quase nada foi transferido em obras para a Capital do Xaxado. Por aqui, mesmo, aconteceram retoques. E só!

Observando, de lupa, não temos o que comemorar. O Hospital Agamenon Magalhães (Hospam) – ainda não oferece à população diversos atendimentos essenciais à saúde – e funciona de forma precária. Temos um distrito industrial que só existe no papel, um terminal rodoviário da década de 70, uma promessa (vazia) de um matadouro regional e duas academias das cidades que saíram do projeto praticamente na ‘marra’. Isso é conquista? Em relação a asfalto e calçamentos, o que foi arrecadado daria para fazer uma revolução nas estradas do interior do Estado, ou seja, os buracos continuam e fez-se pouco para o se arrecadou.

Nestes sete anos do governo Eduardo Campos não se construiu nenhuma nova escola estadual. Falamos de construção… Será que não precisamos? Nenhuma alternativa de construção de novos centros hospitalares para desafogar o nosso tão abatido Hospam. Será que não precisamos? Sequer temos uma delegacia da mulher e uma unidade do Instituto Médico legal (IML)… Somos uma novela que se arrasta.

Incompreensível, diante de tudo isto, observar o silêncio conivente dos aliados do governador. E nem existe postura saudável da oposição. Nossos representantes tornaram-se “vacas de presépio” perante a publicidade cooptante do governo. Enquanto isto, “Dom Eduardo I” segue firme em seu projeto rumo ao estrelato político. Batemos recorde em arrecadação. Viva Pernambuco! Desculpe, Serra Talhada!