G1/PE

O jardineirou que confessou ter matado a arquiteta Maria Alice Soares dos Anjos, de 74 anos, cometeu o crime por medo que ela denunciasse os furtos que ele cometia na casa onde ela morava, no Sítio Histórico de Olinda, de acordo com a delegada Andrea Griz. Renato José da Silva afirmou aos policiais que a vítima teria medido forças com ele, por ter resistido à agressão no momento do assassinato. (Veja vídeo acima)

Uma lesão parecida com uma mordida da vítima foi encontrada no corpo do acusado. A polícia também informou que Renato confessou ter utilizado, sem autorização, o carro da vítima e ter subtraído seus bens inúmeras vezes, para custear dívidas pelo consumo de drogas.

“Ao que tudo indica, ele tinha cópias das chaves do carro e da casa dela, sem que ela tivesse consentimento. Ela viajou, em fevereiro, e deixou o carro com um vizinho. Temos imagens de Renato estacionando o veículo de Maria Alice. Ela notou que o carro estava sujo de areia, sem gasolina e com mais de 100 quilômetros rodados”, apontou a delegada.
Outros dois homens foram presos por receptação do celular da vítima, que foi utilizado para subsidiar as investigações contra Renato. Maria Alice, conhecida como “Baixinha” por amigos e familiares, foi encontrada morta no dia 13 de março, na casa onde morava, na Rua Treze de Maio.

No dia anterior ao assassinato, ela registrou um boletim de ocorrência sobre o furto de carne e bebidas de sua residência e, no mesmo dia, pediu a troca das fechaduras e cadeados que davam acesso à casa. Renato, de 28 anos, trabalhava em sua casa há cerca de quatro anos, e foi preso preventivamente no sábado (24).

“Renato diz que a vítima não costumava deixar muito dinheiro em casa, mas, como se para testá-lo, ela passou a guardar notas de alto valor na mesa da cozinha. Há uma foto dele no WhatsApp ostentando notas do mesmo valor”, disse a delegada.

Suspeita

Ainda segundo a polícia, Baixinha suspeitava que Renato, mesmo sendo de sua confiança, teria começado a praticar os furtos em sua casa. O desaparecimento de um botijão de gás também motivou a desconfiança.

“Renato disse que ter ido na casa da vítima, no dia do assassinato, e notado que ela mudou a fechadura. Ele invadiu o quintal e ela, ao perceber, abriu a janela do quarto onde dormia e questionou ‘você vai levar o outro?’, se referindo ao botijão de gás. Ele negou, mas pediu que ela descesse, o que ela fez. Ele deu uma chave de braço nela e uma pedrada, o que a fez desmaiar. Ela gemeu e ele, que disse não querer ouvir, finalizou jogando um vaso na cabeça dela”, disse Andrea.