educaçãoProfessores e servidores do Colégio Cònego Torres enviaram nota à redação do Farol, nessa sexta-feira (19), protestando contra o fechamento do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que funcionava há cinco anos no educandário. Eles culpam o secretário de Educação, Edmar Júnior, e o tacham de irredutível. Confira.

NOTA DOS PROFESSORES E SERVIDORES DO CÔNEGO TORRES

Durante reunião pedagógica ocorrida na última quinta-feira (18/02), professores da Educação de Jovens e Adultos do Colégio Municipal Cônego Tôrres foram surpreendidos com a notícia de que essa modalidade de ensino não será ofertada na instituição a partir de 2016, apesar de contar com 309 estudantes matriculados, da 1ª à 4ª fase.

Tal notícia causou inquietação em todos os funcionários (professores, auxiliares administrativos e de serviços gerais), uma vez que as atividades escolares, no calendário municipal, estão previstas para a próxima segunda-feira (22/02) e esses profissionais assim como os alunos matriculados deverão ser remanejados/localizados para as Escolas Municipais Vicente Inácio de Oliveira (Mutirão); Antônio Medeiros (Borborema) e Tab. Antonio Alves de Souza (Malhada), conforme recomendação expressa em ofício da Secretaria Municipal de Educação, enviado em 22 de janeiro e só tornado ciente aos profissionais que atuam naquele Colégio em 19 de fevereiro.

REAÇÃO

Receosos e indignados com a falta de respeito para com os profissionais e alunos dessa modalidade de ensino, sobretudo, quanto à omissão de informações da Secretaria de Educação, uma comissão de professores, administrativos e serviços gerais, com apoio de membros do Conselho Municipal de Educação reuniu-se com o secretário Edmar Júnior para buscar esclarecimentos sobre a situação, que afirmou ser sua a decisão de “fechar” a EJA no Cônego Tôrres.

Feitas as argumentações e contra-argumentações, o Secretário se mostrou irredutível e afirmou que o Colégio Municipal Cônego Tôrres não funcionará no período noturno para os alunos da rede municipal de educação, mas funcionará para algumas turmas do Pronatec, que vem ocupando alguns espaços da escola há um bom tempo.

De acordo com o Secretário, a EJA no Cônego Tôrres tem demandado uma alta despesa para o município, contudo, quando na implantação do Sistema Integral de Ensino naquela escola (2010), durante a gestão do secretário Israel Silveira, foi anunciado que o Cônego Tôrres, no período noturno, seria um “centro de EJA”, pois além de ser uma escola central que poderia acolher os alunos oriundos da zona rural e dos demais bairros da cidade, o município estaria cumprido o que está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394), em seu artigo 4º, incisos VI (oferta de ensino noturno regular, adequando às condições do educando) e VII (oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola).

Cinco anos depois da implantação do Ensino Integral e de nenhuma atenção e/ou investimento para o centro de EJA, a população Jovem, Adulta e Idosa que desejar concluir a Educação Fundamental deverá se deslocar para o Mutirão, o Borborema e a Malhada ou ficar sem estudar, já que o Cônego Tôrres, escola com mais de 60 anos de história em Serra Talhada será “fechada” no turno da noite porque está gerando gastos para o município.

Infelizmente, esse é o atual retrato de um Governo que tem como slogan “Pátria Educadora”, mas que na prática não tem colocado a educação como prioridade.

Funcionários do Colégio Municipal Cônego Tôrres que atuam na EJA