Publicado às 05h40 desta sexta-feira (28)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) enviou nota à redação do Farol, nessa quinta-feira (27), rebatendo às críticas do prefeito Luciano Duque ao Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam) e a gerência da UPAE, no bairro da Cagep.

Durante entrevista ao programa Frequência Democrática, o prefeito também citou que o município vem fazendo vários partos na rede de saúde, que deveriam ser realizados pelo Hospam (relembre).

Nota da Secretaria de Saúde de Pernambuco

A Secretaria Estadual de Saúde lamenta a fala do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, com críticas a atuação do Hospital Professor Agamenon Magalhães (Hospam) e à XI Gerência Regional de Saúde, demonstrando desconhecimento sobre o funcionamento da rede pública de Saúde.

O Hospam é uma unidade que tem como missão atender casos de média complexidade dos pacientes oriundos dos 10 municípios da XI Gerência Regional de Saúde (Geres). Contudo, mesmo com esse perfil regional, atualmente, 90% dos atendimentos do Hospam são exclusivamente de munícipes de Serra Talhada.

Para se ter uma ideia, esse percentual representa mais de 19,5 mil casos apenas entre janeiro e maio deste ano. E, desse total, mais de 15,5 mil (80%) foram classificados como azul ou verde. Ou seja: eram atendimentos de baixa complexidade que deveriam ser resolvidos pelos serviços de atenção primária (estratégia de Saúde da família, postos de saúde e policlínicas), que são de responsabilidade da gestão municipal.

Ainda vale destacar que, mesmo sendo uma cidade com mais de 80 mil habitantes e com vocação para ser um polo regional de assistência, Serra Talhada não conta com nenhum serviço municipal com funcionamento 24h para atender urgências mais simples, ou até mesmo pequenas cirurgias. E, ao que parece, não há nenhuma intenção da gestão municipal em mudar esta situação, já que a Prefeitura quer transformar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade – que está com as obras paralisadas e até hoje sem funcionamento – em uma unidade básica, transferindo uma policlínica que já existe. Ou seja: sem a garantia municipal de atendimento de urgência e emergência para os casos menos graves, contrariando o que preconiza o Ministério da Saúde.

Nesse cenário, o Hospital Prof. Agamenon Magalhães continua de portas abertas, garantindo o atendimento aos cidadãos, independente de sua origem, com prioridade para os casos mais graves, com risco de morte, e fazendo os encaminhamentos, quando necessários, para outros serviços das redes públicas de saúde.

PARTOS

Sobre a assistência ao parto, ao contrário do que diz o Prefeito, em nenhum mês deste ano a unidade fez menos de 50 partos. Entre janeiro e maio deste ano, o hospital realizou 338 partos. A expectativa é que o quantitativo aumente com a chegada dos novos profissionais concursados nomeados recentemente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Além disso, o Hospam, por meio do projeto Nascer Bem, tem acolhido as gestantes da região que estão realizando o pré-natal para conhecer a unidade e saber mais sobre o processo de parto, deixando-as segura para o momento de nascimento do seu filho.

Ainda sobre a realização de partos, o Prefeito parece não querer tornar público que, por meio de pactuações realizadas entre o Estado e os municípios da região, na Comissão Intergestora Regional (CIR) e no Conselho Municipal de Saúde, ficou estabelecido que Serra Talhada deve, sim, absorver partos da região, inclusive encaminhados do Hospam, quando o serviço está com todos os leitos em uso. Exatamente por receber essa demanda, o município recebe, rotineiramente, recursos financeiros das cidades vizinhas.

A Secretaria Estadual de Saúde reforça, ainda, que o Hospam possui anestesista diariamente nas suas escalas e que a gestão do serviço é pautado pela transparência e pelo diálogo com a sociedade. Neste sentido, a gestão da unidade vem recebendo todas as lideranças da Região, independente de posicionamento e partido político, para discutir melhorias para a população do Sertão pernambucano.

UPAE

Em relação à UPAE, que oferta 14 especialidades médicas, é preciso lembrar que cada município da XI Geres possui uma cota mensal de atendimentos e que as primeiras consultas são agendadas pelos gestores municipais, via Central de Regulação do Estado. Após o primeiro atendimento, a própria UPAE agenda as consultas subseqüentes e exames para os pacientes.

Por fim, a SES reafirma a disposição e compromisso do Governo de Pernambuco com a garantia da melhoria da assistência à população do Sertão pernambucano. Prova disto é a construção do Hospital Geral do Sertão Eduardo Campos, cujas obras seguem dentro do cronograma, e que vai ter uma grande importância para a regionalização e ampliação da assistência médica de alta complexidade para o povo sertanejo, sobretudo na área de traumato-ortopedia.

O órgão também continua à disposição dos gestores de Serra Talhada e de todos os municípios da Região para tratar de temas relevantes para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco.