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Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

Atualizado às 14h40 desta quarta (24)

FAROL: Deputado, seja bem-vindo à redação do FAROL. A gente queria começar perguntando sobre os comentários que o Dr. Fonseca hoje teria resistência a aderir e fazer uma possível aliança com o PT. Inclusive, há comentários que ele vem divulgando isso em alguns pontos da cidade. O senhor conversou com o Dr. Fonseca recentemente e qual a sua opinião sobre essa posição de Fonseca?

 Augusto César: Primeiro eu quero agradecer Giovanni a oportunidade de ser entrevistado por você, pelo seu jornal FAROL, porque hoje é um sistema de jornalismo de grande conceito. Não só em Pernambuco, mas todos os pernambucano, todo serratalhadense que se encontra fora da cidade ou fora do país te acompanha, isso é uma verdade.

Quando a questão em relação ao nosso partido o PTB, a nossa posição tem sido a mesma desde o início do processo. Há pessoas e há grupos que gostariam de antecipar as eleições em um momento que não se discutiu internamente qual o rumo que o partido deveria tomar. Eu tive essa preocupação e até tive a oportunidade de passar informalmente para você, que eu precisava resolver primeiro o problema do meu partido. Aguardamos a questão nacional sobre aquela fusão entre o DEM e o nosso PTB, aquilo foi abortada aquela possibilidade.

Tive uma reunião com o senador e ministro Armando Monteiro, onde tratamos com a majoritária do partido, todos os parlamentares federais e estaduais, o destino, e a partir daquele momento Armando nos assegurou que o partido aqui em Pernambuco continua como está, nas mãos de quem está. E nós fazemos parte do diretório, e da executiva estadual, além de presidir o municipal de Serra Talhada. Mas o que está em foco hoje já é a movimentação de quem será o próximo candidato do partido, se o PTB se alia com Luciano Duque, se alia com o deputado Sebastião Oliveira.

Há muito tempo que a gente já tem uma posição definida, essa já foi definida antes mesmo da reestruturação do partido, de que nós não vamos fazer uma aliança, por hipótese nenhuma com o PR. Isso foi descartado e abortado há muito tempo atrás, então, assunto que eu espero que não seja assunto de retorno para outros focos de debates. Quanto a nossa postura partidária, eu tive a preocupação de primeiro averiguar a nossa situação aqui no nosso diretório. Houve uma renovação do diretório estadual, o qual eu faço parte, membro da executiva estadual. E agora, trouxemos para Serra Talhada fazer uma reunião sobre a questão da renovação e arejamento do nosso PTB municipal.

Tivemos uma reunião essa semana, onde tivemos a participação dos três vereadores do mandato do partido, o Dr. Fonseca é um quadro importante do nosso partido e outras lideranças participaram desse evento nosso para discutir a reestruturação do nosso partido municipal.

FAROL: Foi discutido 2016 nessa reunião?

A.C.: Em 2016 nós não aprofundamos absolutamente nada ainda, mas começamos uma avaliação. Primeiro, a composição do nosso diretório. Não podemos fazer algo que seja diferente se não tivermos o nosso diretório já renovado, não podemos colocar de goela a baixo, nomes que sejam para impor uma condição partidária. Nós queremos conversar e discutir com todos os entes de mandatos e claro os vereadores, que são os atores dessa formação partidária e a possibilidade de discussão entre alianças ou candidatura própria.

Mas o ponto alto que tivemos nessa reunião, quando ouvimos os vereadores, os três vereadores, todos se colocaram a respeito desse processo que se avizinha. Mas o ponto alto foi o depoimento de Dr. Fonseca, continua coeso, firme com o nosso partido, o PTB. Colocou-se a disposição tanto para uma aliança quanto para uma cabeça de chapa.

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FAROL: Inclusive com o PT?

A.C.: Tanto para uma aliança, nós não decidimos qual seria o caminho da aliança, e não só tem hoje em Serra Talhada. Não só temos em Serra Talhada a possibilidade de fazer aliança. E você pergunta, inclusive com o PT? Há a possibilidade de discussão interna do partido e que nada impede que o partido possa lançar sua candidatura própria, o que nós queremos é fortalecer a musculatura e até setembro, nas reuniões nossas para definir quem são os nossos quadros para que possam disputar os quadros de vereadores. E já temos a tranquilidade de um nome, que eu acho que é uma expressão em nosso partido, que é o Dr. Fonseca, que se colocou à disposição do partido para o partido convocá-lo.

Eu fiquei muito à vontade e nós todos ficamos com a certeza que ele é uma pessoa que agrega, que tem estatura e tem dimensão. Isso fez com que essa reunião fosse extremamente bem proveitosa. Por outro lado, nós iríamos definir já a composição do diretório, os vereadores nos pediram que precisavam ter uma reunião com outras pessoas que fazem parte do grupo, e que a gente poderia suspender a coleta dos nomes para que a gente pudesse ter uma nova rodada em relação ao diretório.

Eu acredito que até a próxima semana nós teremos essa reunião, onde eu irei ouvir o retorno dos vereadores para que a gente possa de fato constituir o nosso diretório. Após a concretização do diretório, nós vamos discutir as eleições e se lançamos candidatura própria ou se vamos fazer aliança. Uma coisa que nós percebemos entre os participantes dessa reunião é que há um desprendimento geral de todos os nossos vereadores de acompanhar o partido para onde o partido for. Tira-se essas restrições que foram colocadas, mas essas restrições que foram colocadas nós temos o nosso respeito.

E todos sabemos das dificuldades que não só a executiva do partido, mas o partido tem hoje posições que sejam chocantes com coisas que aconteceram em Serra Talhada. O que nós queremos hoje é marchar juntos, quer seja com candidatura própria, fortalecida com todos os nossos vereadores e nossos candidatos. Lhe confesso que desde ontem e antes ontem estou aqui em Serra Talhada já arregimentamos várias pessoas, várias pessoas tem nos procurado para colocar o nome para ser um soldado na disputa de vereador, para disputar as eleições.

Então eu vou dar musculatura ao partido, vamos consolidar e vamos discutir aliança, coligação e o que for melhor não para Augusto César, mas o que for melhor para o PTB e para os nossos aliados.

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FAROL: Dentro desse leque de possibilidades, o senhor já fechou um caminho, de uma não aliança com o PR. Mas tem o PSB liderado pelo ex-prefeito de Carlos Evandro, que também tem a sua esposa a Socorro Brito como pré-candidata. É um leque, pode ser um aliado o ex-prefeito Carlos Evandro?

A.C.: Não tenho nenhuma dificuldade de conversar com o prefeito Carlos Evandro, foi meu vice-prefeito, conheço ele como cidadão, como médico, como político. A esposa dele é uma pessoa dinâmica, que fez um trabalho como secretária de Saúde de Serra Talhada, é um quadro. Agora em momento nenhum eu fui procurado e não tivemos a oportunidade de discutirmos qualquer assunto que fosse voltado para a política de Serra Talhada. O que a gente tem conhecimento é aquilo mesmo que vocês colocam nos blogs, que eles já estão acertado com o PR, já estão lá.

Não sei qual é a informação, não desmerecendo as informações suas, mas não sei qual é a definição política de Carlos Evandro nesse momento. O que nós temos conhecimento é que o próprio estaria com dificuldades para colocar o nome dele, o que nós sabemos é isso, o próprio. Mas ele tem a alternativa, que você colocou aí também, da esposa dele que é um quadro importante. É uma pessoa que tem estatura e dimensão e nós temos que compreender isso, agora em momento nenhum, nem antes, nem depois de ele deixar o mandato nós tivemos oportunidade de discutir absolutamente nada a respeito da política de Serra Talhada.

FAROL: O senhor fez uma visita de cortesia à Câmara de Vereadores e usou a tribuna elencando uma série de emendas que teria feito aqui para Serra Talhada, eu gostaria que o senhor fizesse um resumo dessas emendas aqui para os leitores do FAROL. O senhor tem acompanhado a aplicação dessas emendas aqui em Serra Talhada? O senhor confia que o prefeito Luciano Duque vai realmente tirá-las do papel?

A.C.: Você imagine só, quando você fala ‘você confia?’. A atribuição da fiscalização do recurso público municipal é do vereador, eu estou cumprindo com minha parte de parlamentar filho da terra, isso se replica para os municípios que eu tenho em sessão, onde eu trabalho, eu tenho a liderança, tenho meu mandato para prestar contas à população desses municípios. Tenho feito isso e todos eles, tenho colocado recursos, alocado emendas para todos eles, para o estado pernambucano, para todas as cidades de eu tenho sessão política.

Evidentemente que tive alguns recursos que colocamos aqui, até mesmo no governo anterior ao de Luciano Duque, a exemplo da praça do Ipsep e a praça do Bom Jesus que nós interferimos, no bom sentido, de mostrar que a qualidade naquele momento era uma qualidade que deixava muito a desejar. Na aplicação dos recursos no sentido de ser uma obra de qualidade melhor, a exemplo da Manoel Pereira Lins que tem 25 anos e resiste a tudo. Eu acho que com duas pás de cal e dois quilos de cimento você resolve os 25 anos dela. Hoje você faz um investimento em Serra Talhada e com três meses ele já passa por velho, faz um calçamento velho. Então, isso precisa ser melhorado.

Mas isso é uma cobrança que precisa ser feita pelos nossos parlamentares municipais, não sei se você percebeu que eu falei ontem da importância dos nossos vereadores em função ao executivo municipal, os deputados ao executivo estadual e aos deputados e senadores ao executivo brasileiro, a presidente da República. Até fiz uma colocação sobre a respeito da nossa presidente, porque precisa melhorar a qualidade de alguns serviços. Isso não sou eu que estou dizendo, os brasileiros todos estão dizendo, vai ter que mudar esse estilo. É falar mal dela? Não! É mudar o que está ruim para que a qualidade melhore e a gente possa ter um serviço que seja a altura do povo brasileiro, pernambucano, serratalhadense.

Isso nós vamos retornar para a nossa cidade, aqui em Serra Talhada e acho que há muitos recursos envolvidos através de emendas, através de convênios com o prefeito Luciano Duque? Há! O que precisa primeiro é dar velocidade de aplicação desses recursos, para que os recursos sejam aplicados até o período que a legislação eleitoral permita, para evitar que essas obras fiquem como obras inacabadas, pela própria legislação. Eu sou contra a legislação nesse aspecto, eu acho que o recurso tem que ser aplicado, mas tem que ser fiscalizado. Se bem ou mal aplicado não é simplesmente papel do executivo, é papel do legislativo cumprir o seu papel.

Voltando ao nosso caso da importância que tinha, nós parlamentares. Até citei que minha responsabilidade em Serra Talhada aumentou muito, nós éramos, há um mandato anterior, três deputados estaduais e Serra Talhada, eu, Sebastião e Manoel Santos. Sebastião hoje deputado federal, secretário, não está exercendo. Manoel Santos se elegeu, infelizmente faleceu, perdemos um grande quadro. E eu fiquei como deputado, novamente solteiro, sozinho, com a responsabilidade não só de Serra Talhada, mas de uma região. Quero dar conta da minha responsabilidade como filho da terra, como filho da região do Pajeú e, evidentemente do estado pernambucano.

Essa minha responsabilidade de fiscalizar o governo do estado, nós estamos cumprindo. Nós somos hoje 13 deputados estaduais de oposição, que tem dado ao governo muito trabalho no sentido de ele trabalhar para aplicar aquilo que é correto ou corrigir aquilo que não foi feito. E nós temos dado nomes aos bois. A exemplo do que citamos lá ontem questão do corpo dos bombeiros, a questão do IML, a questão da saúde, a UPA de Serra Talhada me parece que já começa dar sinais de fadiga. Profissionais deixando, profissionais abandonando, certamente está faltando estímulo, está faltando algo de importância que possa dar aqueles profissionais a qualidade para que elas possam prestar os serviço altura população.

Outro exemplo claro é a rodoviária de Serra Talhada, que para mim foi uma decepção como parlamentar, não só para mim, mas para toda a população. Inclusive para o secretário que tinha em certo momento, o deputado federal hoje, tinha se colocado em certo momento que aquilo estava condenado, porque não prestava, porque não tinha qualidade. Estou falando do secretário Sebastião como secretário e como parlamentar. Mas ele mudou o posicionamento dele em relação à concepção dele, se você for olhar nos seus anais, nos seus arquivos vai ver entrevistas dele, tem colocações dele nesse aspecto.

De repente era investimento de uma obra que foi anunciada, talvez até aqui pelo Farol e outros órgãos de comunicação de que seria um investimento de dois milhões de reais em uma rodoviária nova. Traz-se o governador para cá, junta-se o povo para receber, mesmo acanhado, esse novo investimento e tem a surpresa de que é uma reforma de aplicação de 800 mil reais para uma rodoviária para Serra Talhada. Vai resolver o problema de Serra Talhada? Não vai! Acessibilidade dos ônibus é ruim, estraga os calçamentos, praticamente pede no momento em que eles estão transitando, trafegando pela cidade impede o trânsito porque são ruas estreitas e ônibus grandes e largos. Vai continuar no mesmo local, ou seja é um arranjo que foi feito.

Então, Giovanni, esse é o papel nosso junto ao governo do estado fiscalizar, e aí nós continuamos fazendo o nosso trabalho. Vou ter e tenho a preocupação de todos os recursos que você procurou de emendas nossas que estão chegando em Serra Talhada. Estivemos em Brasília, o senador Armando Monteiro tinha colocado 2 milhões para calçamentos em Serra Talhada, precisava fazer o projeto, precisava fazer os convênios e a minha preocupação naquele momento é fazer com que tudo isso tivesse resolvido. Conversei com o prefeito, conversei com a assessoria do senador para que a gente tivesse a possibilidade de assegurar esse dinheiro que venceria em um prazo curto, a chegada dele aqui se o dever de casa não fosse feito.

Mas o prefeito teve a habilidade de fazer o projeto, tomou todas as providências e o dinheiro chegou. Então está sendo aplicado, é um dinheiro fiscalizado pela Câmara municipal, vou ter também a participação de fazer da minha parte, porque acho de minha responsabilidade junto ao senador, junto a Serra Talhada. É nossa também no sentido de aplicação desses recursos do governo federal, mas espero que seja aplicado e que atinja o objetivo do dinheiro, com 700 mil reais de emendas novamente, nesse ano agora, com 300 mil eu botei emenda pessoal minha do estado para poder complementar um recurso que precisava de um convênio com o FEM. Para fazer umas ruas, salvo engano no Ipsep ou foi na Cohab esses calçamentos. E as coisas estão acontecendo.

E eu disse muito claro, ele é do PT, ele foi meu adversário nas eleições passadas, não fui votado nem apoiado, mas Serra Talhada é a minha cidade, eu tenho compromisso com o povo de Serra Talhada. Eu vou continuar trabalhando e vou continuar fazendo a minha parte.

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FAROL: Só para finalizar, voltando para 2016, então o senhor está rearrumando o PTB e quem pensar que o PTB está morto vai quebrar a cara?

A.C.: Eu acredito que sim, nós vamos tomar a posição junta, a posição que for melhor para o grupo, para o partido, será a posição do presidente da sigla. Temos as nossas colocações, temos as minhas convicções, tá certo? Mas nós somos hoje um partido que temos uma musculatura, sobretudo de representatividade partidária, a maior de Serra Talhada. Nós somos um partido hoje que tem três vereadores eleitos, três vereadores que fazem parte dos cinco primeiros eleitos de Serra Talhada.