A sexta-feira na redação do FAROL DE NOTÍCIAS se encheu de música e alegria com a presença da Banda Vizzu, que tem influenciado o sonho musical de jovens artistas serratalhadenses desde 2002. O grupo está comemorando 13 anos de estrada lançando o novo álbum, “Diz Pra Mim”, nome da nova música de trabalho. Vale a pena conferir!

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Fotos: Aurélio Melo

ENTREVISTA COM A BANDA VIZZU

FAROL: Bom dia Banda Vizzu, é um prazer recebê-los aqui na redação do FAROL. Nós gostaríamos de começar, antes de partir para as novidades, contando um pouco da história da banda. Então como vocês começaram e quais foram as formações iniciais, já que já passaram muitos artistas serratalhadenses pela Vizzu?

Cristiano Leite: Você tocou em um fato bastante interessante que são as formações. Pela Vizzu já passou por várias formações, mas pela linha de frente. Já tivemos vários vocalistas, começamos com Carlinhos Pajeú e Jota Campos. Luizinho foi o primeiro sanfoneiro, era menino na época, tinha 13 anos. João do baixo, que hoje toca na Banda 7, Ricardo contrabaixista, Marcos Paulista na guitarra e Germano no trombone, William e Zezê no sax. Dessa formação mudou bastante até chegar na atual que é Aurélio no contrabaixo, Chicão na guitarra, Colorado no acordeom, Aldo Miguel nos teclados, Lecinho, Rose e Gilvan nos vocais.

Entre tantas outras formações que tiveram e a história da banda começa com a minha própria história porque eu comecei muito cedo na Banda Magia Tropical, depois fui para a banda dos Congrus que era a banda do meu tio, depois para o Asas da América e quando saí montei o Forró Picante junto com Adriano. Quando eu fui para Bahia eu fazia parte de uma banda chamada Baby Look, o dono me elegeu como gerente e eu percebi que eu poderia administrar o meu negócio. Logo, eu e Camilo Melo conversamos e pensamos em montar uma banda de forró, não era bem o que eu queria. Se houvesse espaço eu tocaria rock, porque é o que eu gosto e inclusive faço parte da banda de Aurélio, Lampiônicos.

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E a Vizzu nasceu dessa conversa com Camilo, 90 ou 80% das composições da Vizzu são dele. E esse CD novo que estamos lançando é em relutância a esse estilo novo de forró que vem acontecendo, que a gente não sabe mais se é forró ou se é swingueira. Não tenho nada contra porque é alegre, é música da mesma forma, mas isso fez com que a Vizzu perdesse um pouco da sua identidade, porque a gente teve que acompanhar o que acontece na música. Então, eu resolvi fazer um CD contando um pouco da história da Vizzu e fizemos 5 regravações com uma nova roupagem, com a batida que a galera tá escutando, mas com a qualidade de letra e conteúdo bem interessante. Temos também a parte alegre, mas isso fica para o show e para o nosso projeto Arrocha Nós, que é mais a cara de Lecinho.

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FAROL: A Banda Vizzu já tocou em grandes eventos aqui em Serra Talhada e em outras cidades, se apresentando em palcos que recebeu também grandes artistas. De todos esses eventos, qual foi o mais marcante para a banda?

 C.L.: Nós temos um bom público no Ceará, temos o carinho de povo que nos acolhe em Brejo Santo, tudo que acontece nós estamos no meio. Mas não tem como eu deixar de falar da primeira apresentação, a banda surgiu em um dia 5 de maio e até então o secretário de Cultura, Lazer, Esporte era meio mundo de coisas, era Luciano Duque e ele chegou para mim e disse: ‘Oh bicho, tu está montando uma banda, né?’ E eu disse que estava e ele me perguntou: ‘Presta? E eu disse não sei, não toquei em canto nenhum. Então ele me convidou para tocar no dia 6 de maio, no aniversário da cidade. Tínhamos oito dias para montar o repertório e ele não disse o detalhe que a atração era nós. Uma das poucas vezes que a prata da casa era a atração da noite.

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Quando subimos ao palco, a praça lotada e eu super nervoso, mas aquela era uma época que não tinha esse rótulo que festa tinha de ter atrações de 50, 100 mil, nesse tempo a própria a festa de setembro se pagava. E no fim do primeiro bloco Carlinhos falou para mim: ‘eu vou perguntar estão gostando’, e eu disse: ‘não faça essa pergunta não se não eu dou em você’. E ele perguntou: ‘Quem estiver gostando dá um gritão’. João, o baixista olhou para um lado, eu baixei a cabeça com medo, mas a praça foi ao delírio e todo mundo gritando. Todos da banda se arrepiaram, choraram.

FAROL: Cristiano, com relação aos novos projetos, essa nova fase da banda que está comemorando 13 anos com um novo CD. O que os fãs podem esperar do novo álbum Diz para mim?

 C.L.: O CD surgiu em uma época que estava bastante desmotivado, desacreditado porque não tínhamos mais espaço e os artistas começaram a desgarrar, a procurar outras atividades. E eu vivo da música, tenho que tocar para poder viver e os outros músicos começaram a trabalhar e não tinha mais tempo para ensaios, quando tinham estavam cansados e eu fui desmotivando com isso. Mas eu conversando com outro músico amigo meu, o Cléber, que tem um estúdio de gravação e ele disse que tínhamos que gravar um CD. E eu fui sem muito ânimo, mas ficou muito bom.

O álbum está pronto, a matriz está ali no carro, vamos lançar nas rádios e estamos esperando o incentivo de patrocinadores para lançar. Não vai chegar há tempo do São João, mas nas rádios já está tocando e tem muita gente cobrando. Wesley que também cantou na banda, está com um DVD pronto, e ele está nos cobrando porque gravamos a música que ele compôs e é a nossa música de trabalho.  E todo mundo me deu um incentivo e estamos vendo no que vai dar. Se não acreditarmos seremos mais uma banda a acabar em Serra Talhada. Muitas bandas daqui acabaram pela música ter virado um produto político.

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FAROL: Agora eu quero saber um pouco da história do Gilvan Medeiros, o mais novo vocalista da Vizzu. Como você começou a cantar e como está sendo a experiência de vir para a Vizzu em um momento de renovação e comemoração de 13 anos de estrada?

 Gilvan Medeiros: Primeiramente, eu gostaria de dizer que é um prazer imenso está fazendo parte dessa galera, que é de um nível elevado aqui em Serra Talhada. E eu comecei há uns nove, dez anos atrás se arrastando, com dificuldades. E eu passei oito anos na Porradões do Forró, mas com essa crise o Roni, dono da banda, decidiu dar uma parada temporária. E eu tentei antes do convite de Cristiano fazer um projeto de carreira solo, com meu nome mesmo para fazer barzinho, eventos. Mas não chegou a esse ponto. Logo, eu recebi o convite de Cristiano, com esse álbum novo e eu tive o prazer de ser incluído nesse novo trabalho da Vizzu.

FAROL: Já fazia parte do seu estilo de canto o forró romântico?

G.M.: Eu costumo dizer que eu sou forrozeiro, mas a minha área é o forró romântico. Eu sempre me encaixei mais nesse tipo de forró, já até cantei esses estilos de forró como o pessoal gosta hoje, mas eu não me encaixei e preferi ficar com o forró romântico.

FAROL: Quais são os artistas que você admira e se inspira?

G.M.: Eu sempre gostei muito do trabalho do Edson Lima, do Batista Lima. Inclusive, a gente tem o prazer de ter esses artistas e eles serem daqui de Serra Talhada. Eu me espelho muito nesse estilo romântico, me espelho nesses para que eu possa fazer o meu trabalho do meu jeito, mas com qualidade assim como eles.

CONFIRA O VÍDEO DA MÚSICA DIZ PARA MIM – BANDA VIZZU