O FAROL foi até Recife conversar com o deputado estadual Sebastião Oliveira (PR) para comentar sobre as mudanças drásticas que a política de Serra Talhada deve sofrer já a partir de setembro com a possível entrada do ex-prefeito Carlos Evandro no grupo do governador Eduardo Campos. O editor do FAROL, Giovanni Sá, foi muito bem recebido e com bastante euforia por “Sebá”, em seu gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe).

O líder da oposição, por enquanto, aguarda com ansiedade os desfechos de bastidores que poderão provocar o racha entre o atual prefeito Luciano Duque (PT) e o seu padrinho político, Carlos Evandro, que ajudou o petista a vencer as eleições em outubro passado. Sebastião fez questão de dizer que soube da notícia que “Carlão” havia se reunido com Eduardo Campos por meio do FAROL. E resumiu: “Assim que acessei o FAROL tomei logo um susto”. Confira o bate papo!

FAROL – Como é que o senhor recebe esse convite de Eduardo Campos ao ex-prefeito Carlos Evandro?

SEBASTIÃO –  Recebo essa notícia com a maior naturalidade. O governador é um gestor que tem uma frente ampla de apoio. Carlos Evandro se diz dentro dessa frente. E, por se dizer da frente, é natural que o governador o receba neste momento de transição, para que no próximo ano ele tenha uma nova etapa política onde os palanques estão se movimentando e até 30 de setembro os rumos devem estar definidos. Então vejo isso com muita naturalidade. O governador está fazendo a agenda política dele e mostrando que Serra Talhada é uma cidade importante e que ele já conta com o nosso apoio. Então, Eduardo Campos está tendo essa visão de querer ampliar ainda mais esse palanque da Frente Popular para o próximo ano e mostrando o sinal que não sabe só governar Pernambuco, mas também fazer política.

FAROL – Há informações de que Carlos Evandro deve assumir a presidência do PSB em Serra Talhada, isso incomoda o senhor?

SEBASTIÃO – Não me incomoda em nada. Eu sou do Partido da República, eu ficaria chateado se ele ficasse com a presidência do PR em Serra Talhada. Aí eu ficaria preocupado, mas com o PSB não. Quem deve ficar incomodado com isso é o presidente da legenda Ronaldo Melo, o ex-prefeito Geni Pereira e o vereador Leirson Magalhães. Eles podem ficar incomodados. Agora, se lhe fosse entregue a direção do PR, não caberíamos nós dois no mesmo partido.

FAROL – E sobre a visita do ex-prefeito Geni Pereira ao prefeito Luciano Duque?

SEBASTIÃO – Geni não me deu nenhuma satisfação ou desculpa e nem precisa. Eu tenho total confiança nos companheiros que trabalham comigo. Se ele despachou com o prefeito Luciano é natural, pois ele é um ex-prefeito e representa os anseios de Bernardo Vieira, que está abandonada pelo poder municipal. A saúde não funciona, a estrada está acabada, a única obra que está rodando por lá é do governo do Estado, que eu pedi e que já começa hoje (terça-feira, 11). Fizemos uma lá em São João do Barro Vermelho, eu continuo trabalhando. Geni não precisa me dar satisfação, pois tenho total confiança nele. Todos os assuntos que já tratamos até agora foram discutidos na maior naturalidade e tenho Geni como um amigo pessoal, decente, direito e com muito respeito. Acho que se ele me desse qualquer satisfação aí sim eu ficaria muito preocupado. E vejo isso com naturalidade.

FAROL – O senhor também pretende despachar com Luciano Duque, como fez Geni?

SEBASTIÃO – Se eu precisar despachar com o prefeito Luciano é pelo bem da minha cidade naturalmente. Minha crítica é sobre o modelo de gestão que ele implantou, totalmente ultrapassado e que perde convênios federais. Ele perdeu agora mesmo um convênio de R$ 4 milhões junto ao ministério da Integração Nacional por falta de apresentação de projeto e documentação. Esse convênio estava empenhado desde dezembro passado e ele tinha até maio para fazer isso. Mostra como a casa está desarrumada. Isso é o que a gente tem que discutir em Serra Talhada. Por que é que a saúde não está funcionando bem? Por que é que a educação não está funcionando bem? Por que a prefeitura está perdendo convênios como esse? Por que é que a população está desassistida dos serviços básicos de saúde? É isso que temos discutir em Serra Talhada. Já a questão política nós vamos discutir em 2014. Estou travando o bom combate, vamos trabalhando. Agora, sobre a questão política, nós vamos ver o ano que vem quando montarmos o palanque.

FAROL – Recentemente o ex-prefeito Carlos Evandro disse que se o senhor tivesse médico para indicar para o município, que mandasse que ele mesmo contrataria…

SEBASTIÃO – Pra você ver como eles (governo) querem minimizar o debate. A prefeitura quer pagar um preço de R$ 8 mil a um profissional desse, mas hoje, quem quer manter um médico no município paga pelo menos R$ 12 mil num PSF. Ganhando R$ 8 mil não se consegue segurar um profissional desses. Eu quero dizer que isso é pura incompetência. Serra Talhada é o município que mais recebe dinheiro entre todos as cidades do porte dela. E não tem a obrigação somente de atender a população local, mas dos municípios circunvizinhos, que investiram dinheiro para lá. De toda regional da 11ª Geres (Gerência Regional de Saúde). Então isso mostra como eles (governo) querem minimizar o debate. “Me arrume médico, meu fiii, que eu vou contratar”. Esse tipo de afirmação mostra o quanto o pensamento com a saúde de Serra Talhada ainda é pequeno, e nós avisamos que tudo isso iria acontecer. Se não fosse hoje o Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Municípios (FEM) criado pelo governador Eduardo Campos os município estariam em estado de penúria. Faço esse questionamento, não ao ex-prefeito Carlos Evandro, porque o tempo dele já passou, mas faltou médico no município durante o período eleitoral? Tinha toda semana uma caravana na zona rural e atendimento médico nos distritos nesse período. E eu até ajudei ele (Carlos Evandro) fazendo a estrada para Santa Rita. Agora eles (governistas) querem minimizar o debate, querem levá-lo para a vala comum e eu não vou fazer isso. A obrigação de arrumar médico não é minha, não, é da gestão. Garanto que se a gestão fosse nossa iríamos atrair médicos para Serra Talhada. Iríamos fazer um programa de saúde não eleitoreiro como eles fizeram. A situação agora só mostra a má fé, a incompetência e a desorganização.

FAROL – O senhor garante o ‘Arraiá do Sebá’ este ano?

SEBASTIÃO – Pretendo fazer sim. E fazer olhando o momento. Eu não fiz o festival da juventude este ano devido a seca, o momento não era propício. Não adianta comemorar nada enquanto os rebanhos estão sendo dizimados, pois eu preferi colocar as minhas emendas para as obras hídricas. E estamos fazendo obras em vários locais, através de emendas minhas lá em Conceição do Meio, Três Passagens e outros lugares. Continuamos trabalhando com perfuração de poços e instalação de dessalinizadores. E se Deus quiser, no próximo ano, vamos estar juntos para podermos comemorar um ano melhor na colheita porque essa estrutura hídrica que estamos conseguindo vai minimizar a seca no próximo ano principalmente quando chegarem as chuvas de novo. Isso vai ajudar no cultivo da safra e na manutenção de todas as pessoas que vivem nas regiões mais atingidas pela estiagem.