Do JC Online

A Escócia acaba de se tornar o primeiro país do mundo a incorporar o ensino dos direitos LGBTI nas escolas públicas, depois que os ministros aceitaram por completo as recomendações do grupo de campanha “Tempo de Educação Inclusiva” (TIE, sigla em inglês). A medida, aprovada nesta sexta-feira (9), é celebrada por ativistas dos direitos LGBTI como um “momento histórico”.

As escolas do país deverão incluir no currículo aulas sobre história dos movimentos LGBTI, além de debaterem homofobia, transfobia e identidades de gênero. Com isso, as escolas públicas serão obrigadas a ensinar os alunos sobre a história das igualdades e dos movimentos LGBTI, bem como combater a homofobia e a transfobia e explorar a identidade dessa fatia da população.

Veja também:   Farol e M2 Shows te levam para o Apaixona ST

Ao jornal britânico “The Guardian”, Jordan Daly, co-fundador do grupo TIE, afirmou que esta é uma vitória fenomenal para a causa e um momento histórico para o país.

Segundo Daly, a Escócia recebeu um “legado destrutivo” da “seção 28”, uma legislação introduzida em 1988 que proibia autoridades locais no Reino Unido de “promoverem” a homossexualidade, até que eventualmente foi banida no país em 2001. Dois anos mais tarde, a lei foi repelida em todo o Reino Unido.

Estudo

Um estudo encomendado pela TIE descobriu que nove em cada dez escoceses que são membros da comunidade LGBTI sofreram homofobia na escola, e 27% relataram que tentaram suicídio após serem vítimas de bullying.  Além disso, levantamentos mostraram que as escolas têm pouco conhecimento sobre preconceito contra pessoas de gêneros variados e corpos intersexuais.

Veja também:   Lava Jato bloqueia mais US$ 26 milhões na Suíça

O país só descriminalizou a homossexualidade em 1980, 13 anos depois da Inglaterra e País de Gales. Mesmo assim, a Escócia está frequentemente entre os melhores países na Europa quando o quesito são leis de proteção LGBTI.

“A Escócia já é considerada um dos países mais progressistas da Europa para a igualdade LGBTI”, disse o vice-primeiro ministro, John Swinney. “Tenho o prazer, agora, de anunciar que seremos o primeiro país do mundo a ter uma educação inclusiva para LGBTI inserida no currículo. Nosso sistema de educação deve apoiar todos para alcançar seu pleno potencial. É por isso que é vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que aprendem em nossas escolas”, avaliou.

Veja também:   Márcia mantém agenda política em pleno carnaval e fortalece grupo