Diario de Pernambuco 

O Parlamento espanhol aprovou, nesta terça-feira(28), orçamentos para 2022 com investimentos recordes e um forte apelo social para superar a pandemia da covid-19, um dia depois de receber 10 bilhões de euros do fundo de recuperação europeu.

Os orçamentos foram aprovados pela Câmara dos Deputados por 281 votos a favor, e 62 contra, anunciou o primeiro vice-presidente do Congresso, Alfredo Rodríguez, que liderou a sessão.

Os orçamentos preveem um nível recorde de gastos de 240 bilhões de euros (cerca de R$ 1,5 trilhão), financiados em parte com 26,35 bilhões de euros do gigantesco plano europeu de retomada econômica. Um de seus principais beneficiários, a Espanha receberá 140 bilhões de euros em seis anos.

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Aumento das aposentadorias e cheques de aluguel

As despesas incluem uma série de ações sociais, como a reavaliação das aposentadorias e vencimentos dos funcionários públicos, que vão aumentar 2% a partir de 1º de janeiro.

Várias medidas são direcionadas para os jovens, como um cheque mensal de 250 euros para ajudar pessoas de baixa renda entre 18 e 35 anos a pagar o aluguel, e um cheque de 400 euros, para jovens de 18 anos utilizarem em atividades culturais.

Essas providências foram defendidas principalmente pelo Podemos, um aliado minoritário da coalizão de governo. Esta sigla condicionou seu apoio à adoção de regras para os preços dos aluguéis aos grandes proprietários em áreas onde o mercado imobiliário está saturado.

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Para aprovar os orçamentos, o governo concordou em obter contrapartidas em troca do apoio de vários pequenos partidos, incluindo os separatistas catalães da ERC e os bascos do EH Bildu. Este último inclui herdeiros do braço político do extinto grupo separatista armado ETA, o que lhe rendeu críticas da oposição.

Assim, o governo prometeu abolir os pedágios em determinadas estradas e implementar uma medida que obriga as plataformas audiovisuais a exibirem pelo menos 6% de sua produção em catalão, basco, ou galego.

Também incluiu no último minuto uma verba de 1,6 milhão de euros para apoiar as línguas minoritárias em oito regiões espanholas.

Esses gastos devem ajudar a Espanha a consolidar sua recuperação econômica, ameaçada por uma inflação galopante (5,5% em novembro) e uma reativação mais lenta do que o esperado do setor de turismo, do qual dependem 13% dos empregos.

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Uma das mais afetadas pela pandemia da covid-19 com uma queda de 10,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, a economia espanhola não deve recuperar o nível pré-crise sanitária antes de 2023, segundo a Comissão Europeia.