Do CNN Brasil

As restrições aos estrangeiros fazem parte da reforma da política de imigração do presidente Donald Trump. O governo americano passou a exigir ainda que aqueles que buscam asilo esperem a decisão fora do território norte-americano, a medida provocou a aglomeração de pessoas em campos de refugiados informais na fronteira com o México.

“As pessoas estão vivendo não apenas em condições inseguras, mas sem premissas básicas, como higiene e distanciamento social, o tipo de coisa que você precisa para poder se proteger contra o coronavírus”, diz Hardin lang, vice-presidente da Refugees International.

As cenas de medo e insegurança de cidadãos que pedem socorro se repetem em acampamentos improvisados pelo mundo todo. “Por causa do coronavírus, estamos comendo uma refeição por dia, a vida está muito difícil” – conta Halima, uma sudanesa que aguarda em um campo de refugiados da Líbia a chance de encontrar um lugar seguro para viver.

Momentos de dor que Amra Sabic-El-Rayes ainda tem muito presente na memória. Sobrevivente da guerra da Bósnia, enfrentou os bombardeios e o medo por quatro anos, enquanto sérvios avançavam por seu país no início da década de 90. Perdeu amigos e familiares e recebeu ajuda de pessoas do outro lado do mundo.

“Fui selecionada para uma bolsa de estudos organizada por americanos que decidiram salvar algumas crianças muçulmanas da Bósnia, e eu era uma delas” – conta.

Amra chegou aos Estados Unidos sozinha, em 1996, aos 16 anos e com apenas U$$ 20 no bolso. Atualmente ela trabalha como professora da Columbia University, uma das melhores universidades do mundo. “Eu não escolhi ser o alvo de ninguém, fui escolhida como alvo e queria sobreviver”, diz.

“E apesar de todas as perdas e violências que experimentei, estou aqui hoje e tenho uma vida diferente, uma vida totalmente nova.”

A professora reclama da imagem pejorativa que muita gente tem dos refugiados e diz que espera que as milhares de pessoas asiladas nos Estados Unidos, ou em outros países, sejam lembradas não apenas pelos momentos de desespero e dor, nem pelas imagens de acampamentos, mas por suas contribuições para a sociedade.

“Tem histórias de muitos refugiados que 10 ou 20 anos depois, em um país que os acolheram, deram enormes contribuições à economia, à vida política, ao sistema educacional”, finaliza.