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Por Folha Pe

 

Um estudante do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) morreu com quadro de suspeita de meningite bacteriana. Em nota, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) informou que o óbito foi notificado na segunda-feira (13), e o agente etiológico está para ser esclarecido.

O jovem de 20 anos morava na Casa do Estudante, na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Ele começou a apresentar sintomas na última quinta-feira (9).

Segundo a Sesau, o estudante estava internado em estado grave na UTI de um hospital do Governo do Estado. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) esclareceu que o jovem deu entrada no Hospital Pelópidas Silveira, no Curado, Zona Oeste do Recife, no último sábado (11). Depois, foi transferido para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde chegou a ser isolado em UTI, mas morreu na tarde de segunda-feira (13).

A SES-PE disse que recebeu a notificação do óbito através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde em Pernambuco (Cievs-PE).

“A SES-PE informa que não houve a confirmação do óbito por uma das formas mais graves da doença, a meningite meningocócica”, explicou a pasta. O óbito segue em investigação e resultados de exames complementares são aguardados pelas equipes de vigilância em Saúde.

Uma equipe do Distrito Sanitário 4 visitou a Casa do Estudante, onde o jovem morava com outras pessoas. Os agentes também visitaram contatos domiciliares, que informaram que haviam tomado antibiótico por conta própria.

“Nesta terça-feira (14), será realizada uma nova visita juntamente com a Vigilância Epidemiológica da capital para reforçar as orientações”, disse a Sesau.

A reportagem também questionou a UFPE sobre a morte do estudante. A instituição disse que:

Quando o estudante André Guilherme foi diagnosticado, a UFPE solicitou a presença da vigilância epidemiológica, que mapeou as pessoas que tiveram contato com o estudante e fez um procedimento de medicação preventiva. Também foi feita uma ação pedagógica com os estudantes e professores, trazendo informações para não estigmatizar e criar ruídos referentes ao risco da doença.

Após o falecimento, a UFPE esteve presente nas figuras do pro-reitor de Assistência, do diretor de Assistência Estudantil, Diretora do Centro, Coordenadora do Curso e Assistência Social para prestar solidariedade e apoio à família. A vigilância epidemiológica esteve de volta ao Centro de Biociências (CB) para um reforço das ações pedagógicas e para tirar dúvidas nesta terça-feira (14).

Por meio de nota, o Diretório Acadêmico do curso Ciências Biológicas Bacharelado (DABio) lamentou a morte do estudante.

“Com muita tristeza, comunicamos o falecimento de André Guilherme, um querido colega do curso Ciências Biológicas da UFPE e um grande amigo. Agradecemos a todos que o ajudaram e tiveram fé nos momentos difíceis independente de credo ou religião. Nós do DABio desejamos à família e amigos, nossas mais sinceras condolências. Estamos à disposição no que for preciso”, disse a nota do diretório.

Meningite

De acordo com o Ministério da Saúde, a meningite é uma inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.

É causada, principalmente, por bactérias ou vírus; mais raramente, pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.

Em princípio, pessoas de qualquer idade podem contrair meningite, mas as crianças menores de 5 anos são mais atingidas.

As meningites provocadas por vírus costumam ser mais leves, e os sintomas se parecem com os das gripes e resfriados. A doença ocorre, principalmente, entre as crianças, que têm febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite, irritação.

Meningites bacterianas são mais graves e, em pouco tempo, os sintomas aparecem: febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de infecção generalizada aumenta muito.

As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana.