Fotos: Farol de Notícias / Celso Garcia

Publicado às 05h40 desta sexta-feira (9)

Um grupo de cerca de 200 estudantes se reuniram em uma Assembleia Estudantil na UFRPE-UAST na noite dessa quinta-feira (8) em prol de mobilizar ações contra os cortes do Governo Federal que afetou diretamente o pagamento de bolsas pela Capes. O evento foi provocado pelo corpo discente da universidade em Serra Talhada. A equipe de reportagem do Farol de Notícias acompanhou a Assembleia.

Em meio ao debate organizado pelo Diretório Acadêmico de Ciências Biológicas, os estudantes chegaram a proposta de ir as ruas na próxima segunda-feira (12), a partir das 8h, para confecção de cartazes na Praça Sérgio Magalhães, saindo em passeata até a Câmara de Vereadores às 9h. A intenção é paralisar as aulas e dar continuidade na luta contra o desmonte da educação nessa reta final do Governo Bolsonaro.

Os estudantes também se reunirão com a direção da UFRPE-UAST, Ellen Viégas, na próxima quarta-feira (14), para esclarecer as informações sobre o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) na unidade que permanece sem funcionar, apesar de já ter sido inaugurado.

A estudante Ingrid Lopes, do curso de Biológicas, representou os demais discentes à frente da Assembleia e indicou a formação dos Diretórios Acadêmicos dos cursos da UAST a restituição do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRPE para reacender o movimento estudantil na cidade.

“A gente vai deixar a universidade assim? A gente tem que ir às ruas, temos que mobilizar. Assim como formar Diretórios Acadêmicos dos cursos, só temos dois ativos e formar o nosso DCE aqui na UAST. Vamos nos reunir na Praça Sérgio Magalhães, a partir das 8h para confeccionar os cartazes e à 9h vamos para a Câmara de Vereadores mostrar para o poder público que temos o direito garantido na constituição de ter Educação pública. Levem seus instrumentos, apitos, cartazes e vamos para a luta”, convocou a aluna.

APOIO DOCENTE

Lourinalda Silva, docente do Curso de Ciências Biológicas comentou que o Governo Federal está privatizando a universidade pública e destituindo direitos dos pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação em todo o país. “A gente está na porta de entrada da privatização dentro da universidade. Isso é uma forma de desmobilizar, vocês precisam se empoderar mais do movimento estudantil para que a gente posso dialogar melhor”, afirmou a professora.

A professora Nicole Pontes e presidente da Aduferpe (Associação de Docentes da UFRPE), parabenizou a mobilização estudantil que fez os cortes de verbas fossem parcialmente revertidos.

“Se tivemos algumas vitórias foi resultado dessa mobilização desses últimos cinco dias. Houve a liberação de R$ 5 milhões que pagará as bolsas de Auxílio Alimentação e os nossos estudantes não vão diretamente passar fome, mas era o que estava acontecendo. À tarde houve a liberação de R$ 160 milhões para a Capes e os alunos de pós-graduação provavelmente receberão suas bolsas. Mas vale dizer que isso é o resultado do Movimento Estudantil organizado neste país”, ratificou Pontes.