Estudo revela violências contra LGBTQIA+ em PE

Do JC Online / Foto: Divulgação

Um estudo realizado pelo Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo (GTP+) identificou uma série de violações no tratamento da população de gays, travestis e transexuais nos presídios localizados na Zona da Mata de Pernambuco.

Foram identificadas 12 pessoas autodeclaradas LGBTQIA+, sendo oito no Presídio de Vitória de Santo Antão e quatro no Presídio Dr. Rorenildo da Rocha Leão, que fica em Palmares.

Quanto à identidade de gênero, 54,5% se declararam mulher trans, 18,2% travesti e 27,3% homem cis. Nas duas unidades, não há alas exclusivas para pessoas LGBQIAP+. E todos convivem com a superlotação em espaços improvisados e precários.

“Dessa forma, narram, e de fato foi constatada, uma situação de extrema insegurança de sofrerem diversos tipos de violência. Inclusive, chamou a atenção relatos de que sequer poderiam escolher o local que mais se sentiam seguras dentro da unidade, tampouco era questionado às mulheres trans e travestis sobre a possibilidade de serem transferidas para uma unidade feminina”, apontou o relatório da 5ª Edição do Projeto Fortalecer para Superar Preconceitos.

A pesquisa, realizada entre outubro e novembro de 2022, foi divulgada nesta quarta-feira (13), por isso pode haver uma diferença no atual número de pessoas LGBTQIA+ nas duas unidades avaliadas.

Em entrevistas, 75% das pessoas autodeclaradas gays, travestis e transexuais disseram ter sofrido algum tipo de violência nas unidades prisionais.

No total, 44,4% afirmaram já ter sofrido agressão física. Já 11,1% sofreram violência sexual. O restante disse ter sofrido agressão verbal.

“Quanto à violência praticada em virtude da identidade de gênero vem causando forte temor nas pessoas que querem passar pela transição de gênero, seja através das alterações de documentos de identificação, utilização de roupas femininas e realização de tratamento hormonal”, pontuou o relatório.