Do G1

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, parabenizou o presidente eleito do Peru, Pedro Castillo, nesta segunda-feira (26), por telefone.

Blinken afirmou que espera de Castillo “um papel construtivo” em relação a Venezuela, Cuba e Nicarágua. Ele também reiterou o apoio dos Estados Unidos ao Peru para superar a pandemia e elogiou os esforços na luta contra a mineração ilegal, o tráfico de drogas e de pessoas e a corrupção.

O norte-americano disse a Castillo que o processo eleitoral do Peru indica que o país tem uma democracia forte e vibrante, e agradeceu os peruanos pelo apoio em relação à crise na Venezuela (o Peru é um dos países que mais recebem refugiados venezuelanos).

Na semana passada, Castillo disse que seu governo não vai copiar “modelos” estrangeiros. No país, isso foi interpretado como uma indicação que ele não vai se aproximar do regime de Nicolás Maduro.

Posse com 10 mil policiais

 

O presidente eleito assumirá o cargo na quarta-feira (28), data em que o Peru comemora o bicentenário de sua independência.

Cerca de 10 mil policiais, dez drones e cinco helicópteros serão enviados a Lima para garantir a segurança nesta quarta-feira, durante a posse.

Mais de 2.000 policiais vão proteger dignitários estrangeiros, incluindo o rei Felipe VI da Espanha e seis presidentes latino-americanos —já estão confirmados o argentino Alberto Fernández, o boliviano Luis Arce, o chileno Sebastián Piñera e o equatoriano Guillermo Lasso. O ex-presidente boliviano Evo Morales está no Peru desde segunda-feira e também será um dos convidados.

 

Serão três dias de cerimônias. Na quinta-feira, Castillo viajará para a cidade andina de Ayacucho para um juramento simbólico na Pampa de la Quinua, cenário da Batalha de Ayacucho em 9 de dezembro de 1824, que selou a independência do Peru e do resto da América.

Castillo foi proclamado presidente eleito há uma semana pelo júri eleitoral, que levou um mês e meio para analisar as contestações e os recursos apresentados pela candidata de direita Keiko Fujimori.

Derrota no Congresso

 

No Congresso, uma aliança de oposição conseguiu eleger a deputada María del Carmen Alva, de centro, para a presidência do Legislativo.

É um sinal de que Castillo terá problemas para implementar alguns de seus planos, como reformar a Constituição e aumentar os impostos que incidem na atividade de mineração.

Alva é do partido Ação Popular. Ela derrotou um candidato de um grupo de extrema-direita.

Os deputados da esquerda nem mesmo conseguiram competir, por questões de procedimento interno do Legislativo.

A nova presidente da Câmara teve apoio do grupo ligado a Keiko Fujimori, a candidata de direita que perdeu a eleição para Castillo.