Revista Forum

Setor foi responsável por 0,5% do total exportado pelo país no ano. A partir deste novo acordo, com acesso das empresas brasileiras a um fundo estadunidense bilionário específico para projetos armamentistas, se espera que as armas possam representar até 30% das exportações nacionais nos próximos anos.

O acordo assinado por Jair Bolsonaro e Donald Trump neste domingo (8), na Flórida, deverá marcar uma aposta do governo brasileiro em promover um maior crescimento da indústria armamentista no Brasil, com apoio político e tecnológico do governo dos Estados Unidos.

Além de garantir a criação de canais para a colaboração mútua entre empresas brasileiras e estadunidenses do setor de armas, visando principalmente o intercâmbio de tecnologias, o acordo também prevê a possibilidade de que as brasileiras possam ter acesso a um fundo bilionário do governo dos Estados Unidos que financia projetos para o desenvolvimento de novos armamentos.

Outra vantagem do acordo para este setor específico é que ele e abre as portas de novos mercados para essas empresas nacionais, que poderiam vender seus produtos, por exemplo, a países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e aliados.

Desde os seus tempos de deputado, quando tinha suas campanhas financiadas pela indústria de armas, Jair Bolsonaro sempre foi um defensor do fortalecimento dessa indústria no Brasil, razão pela qual não só busca acordos como o assinado neste fim de semana como impulsiona leis para facilitar a compra de armas no mercado interno brasileiro.

Atualmente, o Brasil tem pouco mais de 1000 empresas que atuam no setor da indústria da defesa. Em 2019, elas foram responsáveis por 1,3 bilhão de dólares em exportações, o equivalente a 0,5% do total exportado pelo país no ano.

A partir deste novo acordo, o Ministério da Defesa do Brasil espera que essa relação aumente de forma importante, e que as armas possam ser responsáveis por até 30% das exportações nacionais nos próximos anos.