Do Diario de Pernambuco 

O pai da menina Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, 7 anos, morta com a prima Emilly Victoria da Silva Moreira Santos, de 4 anos, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (4/12), segue inconformado com a morte trágica das crianças e com a falta de apoio das autoridades e afirma que a família das crianças deve buscar reparação judicial. “Queremos processar o Estado não por dinheiro, mas por justiça”, disse Maycon Douglas Moreira Santos em entrevista ao jornal Extra.

As meninas foram assassinadas enquanto brincavam na calçada em frente ao portão de casa. Segundo a avó de Rebecca, Lídia da Silva Moreira, a família ainda não foi procurada pelas autoridades. “Não apareceu ninguém! Nem prefeito, nem governador, nem político nenhum! A gente só existe para dar voto. Não é porque moramos em comunidade que somos bandidos”, lamentou.
No domingo, o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), comentou a morte das meninas no Twitter e disse que o estado daria apoio aos familiares das crianças. “A dor das famílias que perderam seus entes queridos é irreparável. Minha solidariedade e orações”, comentou. “Sou defensor de uma política de segurança que atue com inteligência e focada em preservar vidas. A Subsecretaria de Vitimados dará todo o apoio às famílias. Vamos combater de frente a criminalidade em nosso estado”.
As meninas foram enterradas no sábado (5/12) sob forte comoção. O pai de Emily desmaiou várias vezes e foi amparado por parentes. “É isso aí que a gente leva, ó. Duas crianças, minha filha, minha sobrinha. Tô acabando de enterrar, isso fica aí pra comunidade, pros governadores”, desabafou o pai enquanto fechava o local onde o caixão da menina foi colocado.
Polícia nega disparos
Segundo a versão da família, os tiros que mataram Emilly e Rebecca partiram de policiais que patrulhavam a rua da casa em que as meninas moravam, na comunidade do Barro Vermelho, bairro Jardim Gramado, Duque de Caxias (RJ). Os familiares das crianças não souberam informar se os policiais perseguiam alguém, mas garantem que os tiros partiram de algum dos agentes da corporação.
Já a corporação diz não ter efetuado disparos. Em nota à imprensa, a Secretaria de Estado de Polícia Militar apenas comentou que uma equipe estava em patrulhamento na região de Duque de Caxias “quando disparos de arma de fogo foram ouvidos”.
“Não houve disparos por parte dos policiais militares. A equipe seguiu em deslocamento. Posteriormente, o batalhão foi acionado para verificar a entrada de duas pessoas feridas na UPA Caxias II (Sarapuí). No local, o fato foi constatado e tratavam-se de duas crianças”, informou.
A pasta ainda disse que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense vai apurar as mortes das crianças. As armas dos policiais que estavam na viatura foram recolhidas e eles já prestaram depoimento. A família das crianças devem ser ouvidas ainda nesta semana.