Foto: Celso Garcia/Farol de Notícias

Familiares de um serra-talhadense natural da comunidade de São Lourenço, zona rural de Serra Talhada, estão revoltados pelo seu óbito após cerca de 12h de espera por atendimento adequado.

Em contato com o Farol, a família de João Alves de Souza, de 56 anos, agricultor, contou que ele foi internado no Hospam na tarde deste domingo (28), por volta das 16h, queixando-se de dores na barriga, febre e vômito.

João Alves foi medicado para dor, mas não resolveu. Chegou a fazer exames, hemograma e sumário de urina, mas continuou sendo medicado para dor, apenas.

O agricultor foi atendido por pelo menos três médicos plantonistas que administraram medicamentos, mas não o encaminharam para outra unidade.

“A segunda médica que o atendeu examinou direito, viu que era um caso cirúrgico e prescreveu os exames pré-operatórios. Mas não realizaram e continuou sentindo dor, já estava ficando roxo. O irmão dele que estava acompanhando estava desesperado e pedindo a todo momento que socorrerem ele”, detalhou uma prima.

João Alves de Souza – Foto: Arquivo Pessoal

Ele plantava goiabas em sua comunidade, e deixou esposa e cinco filhos, três deles pequenos. Querido por todos da família e de sua região. Foi velado na Casa de Homenagens Póstumas BM e sepultado no cemitério local.

TRANSFERÊNCIA APÓS 12H

João Alves foi transferido para o Hospital Eduardo Campos (HEC), por volta das 4h da manhã desta segunda-feira (29), segundo a família, ‘quase desmaiado de dor’.

Em conversa com a nossa reportagem, um familiar ainda detalhou que foi feito um acesso central, entubaram, parada cardíaca, seis sessões de reanimação, mas não resistiu.

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“A nossa indignação e revolta é porque o médico do Hospam não solicitou um exame de imagem? Mesmo que o Hospam não tivesse recursos, porque eles não solicitaram para a família correr atrás desse exame? Agora a gente chorando não vai trazer ele de volta, mas a nossa revolta é porque ele poderia estar vivo. Com o exame de imagem tinham visto que era uma apendicite, ele poderia estar vivo”, comento o familiar, complementando:

Boa parte da família de João Alves foi pega de surpresa e acompanhou o velório pela internet – Foto: Arquivo do Farol

“Os médicos do Eduardo Campos disseram que foi uma falência múltipla dos órgãos? Mas o que foi que causou? Com certeza foi a apendicite e o descaso do médico de não ter feito um exame de toque. E ter passado apenas um exame paliativo, sem nem se importar se a dor estava passando. O Hospam a cada dia que passa está um descaso com o ser humano”.

O QUE DIZ O HOSPAM?

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com o Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam).

A gestão respondeu que irá averiguar o caso junto a direção médica. Até o fechamento desta edição não obtivemos retorno do hospital.