Familiares relatam tumulto na Cadeia Pública de ST

Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias

Publicado às 13h53 desta quarta-feira (12) 

Nesta quarta-feira (12), por volta das 12h, o Farol de Notícias esteve na Cadeia Pública de Serra Talhada e conversou com mães e esposas de detentos que se encontravam no local angustiadas devido a uma ação da Polícia Penal com equipes de Caruaru, Arcoverde, Salgueiro dentre outras gerências que não foram informadas. Segundo o relato dos familiares, alguns detentos foram transferidos na ambulância do Samu, outros estavam deitados no pátio debaixo de sol, além de terem ouvido vários gritos. 

No momento que o Farol ouvia alguns familiares, um agente da gerência prisional se aproximou e informou que todos os detentos estavam bem e arrumando suas coisas, que havia sido apenas uma revista. Que a ação consistiu em recolher os materiais ilícitos que haviam e não poderiam ficar.

Ele explicou ainda sobre o detento que foi socorrido pelo Samu, dizendo que passou mal devido a uma asma, mas foi medicado. Em resposta a pergunta de uma outra mãe sobre outro detendo encaminhado ao Hospital, ele informou que o rapaz foi socorrido após uma crise epiléptica, ao se assustar com a movimentação, mas foi medicado pelo Samu. 

Após o agente tranquilizar os familiares, o Farol tentou conversar para obter mais informações, mas ele não quis se pronunciar. Confira Abaixo o relato de mães e esposas que estavam na Cadeia Pública de Serra Talhada durante a ação da Polícia Penal. 

Fala dos familiares

Familiares relatam tumulto na Cadeia Pública de STLarissa Fernanda da Silva

“Meu marido está preso aqui dentro, já saiu um monte de detentos para o Samu. Desde às 9h e pouca da manhã que estamos aqui e não sabemos de nada. Não dão notícias sobre os presos que saíram para o Samu, se estavam machucados ou não. Eu só vi eles jogando eles dentro do carro e saindo, mas não deram notícias a gente do que estava acontecendo. Estão no sol e há um monte jogado no chão. Ninguém sabe como estão, porque nem comida deixam entrar para eles comerem”.

 

Familiares relatam tumulto na Cadeia Pública de STRenata Carolina

“Eles estão aí. Uns dizem que serão transferidos, outros não dão notícias a gente. Muitos já foram para o hospital com o Samu, outros estão igual a cachorro deitado. Eles não dão notícias a gente para dizer o que está acontecendo. Eles estão com fome até esta hora. A vida deles é chamar a gente de vagabunda, sem futuro. A gente paga por uma coisa que não estamos devendo. Desde às 9h e pouca da manhã e até agora nada deles falarem nada. A gente é família e eles têm que dar uma justificativa”. 

 

Familiares relatam tumulto na Cadeia Pública de STCícera Maria Barbosa

“Eu cheguei aqui já estava esse furdunço. Eu ainda ouvi uns gritos, mas não sei o que estava acontecendo. Eu precisei perguntar pelo meu filho, que ele fez uma cirurgia e preciso saber como ele está. Se foi ele que foi para o Hospital, porque ele está muito ferido devido a cirurgia e eles não dão notícias. Quando eles vêm fazer essa revista metem o cassete, eu já conheço essa história. Meu filho já foi pisado não sei quantas vezes. O meu ex-marido também era preso aí, mas nunca deram dele, mas os outros coitados que não têm quem fale nada, eles metem o pau mesmo”.

 

Familiares relatam tumulto na Cadeia Pública de STAna Flávia

“Meu marido se encontra preso e os policiais estão judiando dos presos. Estamos aqui fora querendo entregar a comida deles. O policial saiu aqui e a gente foi pedir informação, mas só faltam ’engolir’ a gente, num tom de voz como se fosse agredir a gente. Eles [detentos] estavam gritando: ‘Ai!’, ‘Socorro!’. Somos mulheres de presos, aqui há mães, e eles têm nossos dados para ligar para a gente sobre o que está acontecendo aí dentro, não é judiar dos presos. Isso foi uma operação do nada, porque a família não foi informada. Chegamos aqui e encontramos essa baderna”.