Fotos cedidas ao Farol de Notícias

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, historiador e colunista do Farol de Notícias

Publicado às 05h15 desta segunda-feira (13)

A coluna Viagem ao Passado conseguiu através de faroleiros informações sobre a única filha viva de Nivalda Lacerda do Amaral, a Suzete, que reside em São Paulo. Através das redes sociais o Farol entrevistou Suzete.

Ela contou um pouco da vida de mãe, que durante as décadas de 1970 e 1980 foi dona de um dos bares mais populares de Serra Talhada, o Bar de Nivalda, situado às margens da BR-232, no bairro da Borborema.

Segundo Suzete, Nivalda tornou-se dona de bar para poder sustentar os quatro filhos logo após a separação dela com seu pai. “Para sobreviver começou com uma caixa de cerveja vazia na rua até chegar a um ponto, logo depois comprou o espaço e abriu o bar da Nivalda, mais conhecido como cabaré da Nivalda”, relata a filha, que acrescenta que tem o maior orgulho da história da mãe.

“Sinto muito orgulho da mulher que ela foi, uma guerreira que nunca escondeu nada da gente. Minha mãe sempre foi respeitada, do faxineiro ao juiz”.

AMORES DE NIVALDA

Durante décadas se especulou que Nivalda teria tido vários romances, tanto com os jogadores de futebol do Comercial Esporte Clube, como com o cantor Waldick Soriano. Sobre o assunto a Suzete faz questão de desmentir, e revela que Nivalda tinha um namorado.

“Esse não me lembro, só me vem a lembrança de um namorado de nome Aureliano que sempre estava com ela e claro o amor que sentia pelo meu pai (enquanto estava casados). E sobre o cantor (Waldick Soriano) eles eram muitos amigos, assim como a Cláudia Barroso e entre outros que não me vem à mente agora”, detalhou.

A MÃE DE FAMÍLIA 

Outro fato que Suzete esclarece é sobre a presença de crianças na frente do bar durante as gravações de um programa da TV Globo, em 1977. Ela destaca qual foi a maior lição que aprendeu com a mãe.

“Os meninos eram meus irmãos mais velhos. Já faleceram. Sou a caçula das mulheres e hoje estou com 61 anos. A lição de vida foi nunca desistir de nada”.

DETALHES DA INFÂNCIA

Apesar do tempo que passado rápido e de ter vivido a maior parte da vida em São Paulo, a filha de Nivalda ainda guarda lembranças da infância em Serra Talhada.

“Íamos uma ou duas vezes por semana junto com a minha tia no bar da mãe. Tinha um posto de gasolina e um açude onde meus irmãos tomavam banho. Principalmente quando enchia o açude”.

VIDA EM SÃO PAULO 

Nivalda saiu de Serra Talhada há bastante tempo, mas o seu nome continua vivo no imaginário de muitas pessoas como a mais famosa dona de cabaré do Sertão do Pajeú. Para Suzete, foi a solidão e a saudade dos filhos que fez Nivalda deixar a cidade.

“Como a gente já estava grande, alguns já de maior e todos os quatro em São Paulo, ela se sentiu sozinha e também já cansada de tudo bateu a solidão. Vendeu tudo e veio para junto dos filhos, onde veio a falecer com 61 anos em 16 de agosto de 1997, de morte natural”.

No próximo domingo o Farol de Notícias publica detalhes de como foi a vida de Nivalda em São Paulo até o seu falecimento.