Fiscalização da PMST a comerciantes e vendedores ambulantes divide opiniões

Fotos: Alejandro García/Farol

Uma fiscalização por parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico orientando feirantes e donos de comércios no centro de Serra Talhada a retirarem seus produtos das calçadas dividiu opiniões. Acompanhada de agentes de segurança e delegacia da receita municipal, a secretária Luciana Magalhães caminhou por algumas vias públicas do centro, na manhã desta segunda-feira (3).

Um dos objetivos foi alertar para a disposição de produtos nas calçadas, considerada prejudicial para o trânsito de pedestres. A ação também orientou sobre a retirada de vendedores ambulantes das vias onde há circulação de pessoas.

Luciana Magalhães avisa que esse tipo de comércio deve ser regularizado e pede aos ambulantes que atuam no centro para procurarem a Secretaria de Desenvolvimento Econômico no sentido de formalizarem seus trabalhos. A secretária adianta ainda que as fiscalizações irão continuar.

“Nós fizemos uma ação de orientação a essas pessoas, pois os pedestres estão sendo prejudicados. Uma outra reclamação é que a venda dos ambulantes nas calçadas do centro vem prejudicando o comércio dos feirantes no pátio da lagoa Maria Timóteo. A gente tem um local de feira, mas como tem muito vendedor informal no centro, as pessoas acabam nem se deslocando para o pátio. Muitos aqui não pagam seus impostos e estão prejudicando também lojistas. Deixo claro que não queremos prejudicar ninguém que está vendendo nas ruas, o que queremos é que seja feito um cadastro para orientar essas pessoas para encontrar um local onde eles possam ficar”, explicou Luciana Magalhães.

Na visão do vendedor Jaílson Filomeno Pereira, 38 anos, a prefeitura deveria ter mais sensibilidade com a situação dos vendedores ambulantes. Ele alega que não possui outra fonte de renda e que consegue apurar, por mês, menos de um salário mínimo para sustentar a família. Há cerca de 3 anos o vendedor estaciona uma carrocinha lotada de DVDs e CDs numa das principais esquinas do centro da cidade.

“Estou nesse ponto faz três anos sustentando minha família e essa é a segunda vez que o pessoal da prefeitura vem com essa orientação isso em três anos. Eu mesmo desaprovo isso, porque é querer afetar diretamente no nosso ganha pão. Se eles querem mesmo que eu saia daqui, então é melhor eu ir para casa esperar o prefeito pagar a minha feira todo mês. Espero mais sensibilidade”, pediu Jaílson Filomeno.

Já para outra comerciante, a ação de fiscalização e orientação por parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico foi uma boa iniciativa.

“Boa porque está visando os pedestres. A gente aqui é de acordo com esse tipo de iniciativa, mas só lamentamos que, com o tempo, tudo volte a como era antes, ou seja, com os ambulantes e as lojas colocando os produtos nas calçadas. Eu aprovo essa atitude, mas que seja aplicada a todo mundo”, frisou a empresária Côca, da loja Edmundo Presentes.