Após três meses realizando plenárias do Orçamento Participativo (OP) na zona urbana de Serra Talhada, o governo petista de Luciano Duque vai à zona rural aplicar uma experiência  inédita de participação popular. O principal desafio é conversar com pessoas que ao longo  dos anos tiveram uma relação de puro assistencialismo com o poder público. Na maioria das vezes, a zona rural serve apenas como cabide eleitoral e o gestor funciona como um “grande pai” dando migalhas de acordo com a sua vontade.

A primeira plenária ocorre num distrito emblemático, Santa Rita-  berço político da família Inácio/Oliveira – que tem uma história marcada por tragédias e esquecimentos. Hoje, o distrito conta com o mínimo de infraestrutura e as poucas obras no local ainda são da gestão do ex-prefeito Carlos Evandro. Um distrito que ainda está saindo da era da casa de taipa e a maior obra do entorno – o asfalto da estrada que dá acesso ao lugarejo não rendeu votos para o grupo adversário.

Na prática, as reuniões do OP  parece que vêm servindo para duas coisas: arrancar aplausos da oposição e aumentar as expectativas da população. Já no próprio governo, há  nichos de insatisfações quanto a  metodologia e reclamações quanto a legalização do processo. Até agora os pesquisadores – que fazem a pesquisa de campo prévia – não tiveram suas funções regulamentadas e trabalham como voluntários. Caso o governo mude de postura, o distrito de Santa Rita pode servir como divisor de águas desta grande iniciativa.